quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


A propósito desta notícia que vi no facebook, julgo que se gosta muito de arranjar temas que servem apenas para desviar a atenção do essencial. Agora voltamos á questão do fumo? Pois, mas isso não deveria ser preocupante por agora, há outras coisas bem mais urgentes e preocupantes. Ao preço a que vão estar os maços de tabaco e com o que se avizinha como dificuldades acrescidas no que respeita á liquidez mensal de cada um, não me parece tema demasiado importante. Por outro lado fundamentalismos já temos que cheguem. Mas querem ser rigorosos na defesa da vida e dos outros? Então não sejam hipócritas e não defendam o aborto, por exemplo. Estão preocupados com os malefícios do tabaco? Então preocupem-se também com quem se expõe ao Sol e proibam as pessoas de irem á praia durante o dia nas horas de maior exposição solar, e de andarem na rua sem chapéu e/ou guarda-sol, pois podem apanhar cancro da pele. Estão preocupados com a segurança das crianças e querem evitar que se prejudique a sua saúde? Parece-me bem, mas então, para serem coerentes, proibam os carros a gasolina e gasoil de andarem por aí, proibam as fábricas de emitirem gases para a atmosfera, comecem a proibir tudo e mais alguma coisa. Quando já não houver mais nada para proibir, pode ser que a vida tenha deixado de ter algum interesse e, então, comecem a ter-se que preocupar com o aumento de suicídios, de uma população infeliz, cujo Estado quiz, julgando estar no uso da razão, interferir com as liberdades e o bem estar de cada um. Já agora, proibam os automóveis, os aviões, os combóios, etc., pois além de matarem muita gente adulta e útil ao País, também ferem e matam crianças, além dos sobreviventes dos desastres, ficarem com muitas sequelas, quer a nível físico, quer a nível psicológico, que resultam num acréscimo grande de despesas no nosso S.N.S.. Continuamos a falar de proibir o quê? Ah, sim, o fumo do tabaco! Não me parece muito urgente e importante por agora. Preocupem-se é em dar mais segurança para se poder trabalhar, para que se possa ter um negócio sem estarmos com medo de assaltos, e até de morrermos ás mãos de assassinos, preocupem-se em fomentar a criação de postos de trabalho, com medidas realistas e razoáveis, preocupem-se em aliviar a carga fiscal, e deixem de continuar numa corrida desenfreada para roubarem os bens de quem está passando por dificuldades, preocupem-se em arranjar maneira para que, quem trabalha, quer por conta própria, quer por conta de outrém, possa ter mais dinheiro disponível na carteira, e se querem mesmo algo com que se devem preocupar por muito tempo, então preocupem-se em pôr a Justiça a funcionar mais célere, mais democrática e equilibradamente justa, etc., etc., etc.. Bem, vou parar, para exemplificar que há muitas mais coisas que nos devem preocupar que não as discussões sobre fumo, acho que já chega.
Armindo Cardoso