sexta-feira, 17 de setembro de 2010



PENSAR ODIVELAS

Xara-Brasil encabeça
o projecto para dinamizar
o comércio local




Ontem, dia 16 de Setembro de 2010, e embora já saiba do que consta na generalidade este projecto, fui assistir á apresentação que foi preparada para alguns amigos e conhecidos que estão interessados em contribuir com o mencionado projecto. É de saudar este tipo de iniciativas. Claro que sou suspeito ao falar positivamente sobre o mesmo, uma vez que, sendo de iniciativa encabeçada pelo Xara-Brasil, vem conotado com o CDS/PP em termos políticos e eu, como muitos sabem, sou militante do CDS/PP, além de já ter sido Presidente da Concelhia sendo actualmente Vice-Presidente da comissão encabeçada pelo Xara-Brasil. Não obstante o facto de estar ligado ao CDS/PP como atrás referi, não posso deixar de salientar que iniciativas destas é o que o nosso Concelho precisa e o País em geral, e temos que acarinhar os cidadãos dispostos a porem em marcha tais projectos. Na apresentação de ontem constatei de facto o interesse demonstrado pelos presentes, não só no projecto, como também no quererem contribuir com idéias, o que é notóriamente agradável, segundo o meu ponto de vista. No entanto e apesar do exposto, continua-se a perder tempo na discussão de problemas que pouco ou nada vão adiantar ou ajudar no específico ao que se quer modificar. E para que fique claro, o que se quer modificar é o caminho que está sendo seguido pelos comerciantes e alterar, dentro do possível, as políticas utilizadas, quer pela Câmara, quer pelo Governo - no geral - no que respeita ao comércio. Não me parece, por isso, oportuno, perder-se tempo na discussão de questões que, embora sejam importantes, fogem á matéria em causa - a dinamização do comércio local -. Na minha visão global do problema, que deve importar discutir e resolver, a curto/médio prazo, para que se concretize essa vontade de dinamização do comércio local, passa pelos seguintes aspectos:

1 - Projectos como o que está em causa onde se prevê diversas actividades, eventos e ideias generalistas para apoiar o comerciante, serão sempre bem vindos, hajam mais.
2 - Pessoas, intituições, associações e outras forças vivas do Concelho, com disponibilidade e vontade para executarem o necessário com o objectivo de implementar o proposto e, claro, que acreditem. Será bom que apareçam muitas mais, será bom para todos, pois aumentar-se-á a possibilidade de postos de trabalho, trará benefícios quer, para o comerciante, quer para o consumidor.
3 - A segurança deve ser reforçada em todo o Concelho e especialmente nas zonas mais comerciais, pois é a base da construção de uma sociedade mais tranquila e mais confiante, não só para quem tem o seu comércio de porta aberta na rua, como também para quem anda na via pública fazendo as suas compras ou apenas passeando.
4 - A iluminação tem que ser melhorada, no mínimo, nas zonas mais comerciais do Concelho. Na minha opinião ajuda a que o cidadão se sinta mais seguro.
5 - A Associação de Comerciantes tem que ser mais interventiva, mais presente, preocupar-se com verdade e competência dar apoio real ao comerciante e promover a formação profissional.
6 - O comerciante tem que modificar a sua mentalidade no que respeita aos horários que pratica, na forma do atendimento ao público, na exigência na escolha dos seus colaboradores, bem como na escolha dos seus fornecedores relativo ás condições que lhe apresenta para venda dos respectivos produtos bem como as formas de pagamento, na exigência da relação qualidade/preço, na modernização dos seus estabelecimentos - para os que necessitem e que façam realmente essas modernizações, deve existir bonificações e facilidades para recorrerem aos empréstimos bancários, benefícios e isenções fiscais -, e por último devem acatar rigorosamente a lei do consumidor sob pena de continuarem a perder a confiança do mesmo. Mais assuntos poderiam ser incluidos na discussão do tema do comércio, todos sabemos a quantidade de assuntos que podem estar relacionados, mas estaríamos a desviar-nos da questão primordial: a dinamização do comércio local. É preciso ultrapassar a inércia e nada melhor que dar o primeiro passo que passa por pôr as pessoas a mexerem-se e a "Pensar Odivelas" procurando rápidamente levar o público em geral a terem razões para saírem á rua em vez de se enfiarem nos Centros Comerciais. Se noutras zonas e cidades, quer do País quer da Europa, isso foi conseguido, porque não se conseguir o mesmo no Concelho de Odivelas e na cidade de Odivelas?

Armindo Cardoso

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Comércio local

No dia 11 de Setembro de 2010, assisti á sessão solene do 95º aniversário da Freguesia de Caneças, que teve lugar no salão da Sociedade Musical e Desportiva de Caneças, com a presença de vários autarcas e com diversos discursos dos mesmos. Foram entregues diversas medalhas em cerimónia própria a diversas individualidades de mérito reconhecido da nossa Freguesia de Caneças. Não obstante estar de acôrdo com semelhantes iniciativas, não pude deixar de ficar surpreendido pela entrega de uma medalha de reconhecimento á firma Carvalho e Lemos, sediada em Caneças, comerciante de produtos e equipamentos para a construção civil. Após vários anos a fazer compras neste local de comércio e, embora não sendo um grande cliente, o relacionamento cliente/comércio, poderia ser considerado bom. A surpresa referida, prende-se pelo facto de que, no final do mês de Julho de 2010, dirigi-me ao estabelecimento em causa da firma Carvalho e Lemos, LDA. e adquiri um equipamento eléctrico de pequena monta, mas que me fazia falta a sua utilização no imediato por tempo indeterminado.
Feita a compra, pus o dito equipamento a uso que de imediato mostrou não estar nas melhores condições. No dia seguinte á compra e após verificação do defeito, ao dirigir-me ao local onde tinha efectuado a compra pondo em apreciação o poblema foi-me dito que o equipamento teria que ir para a assistência. Achei estranho mas como era cliente habitual apenas perguntei se não trocavam por outro equipamento, uma vez que já se tinha verificado a anomalia. Sendo a resposta negativa, devido a que não era uso da dita casa fazer isso, referi que isso não era correcto ao que ficaram de me dar resposta depois de falarem com o patrão. Não sei se falaram ou não, o que sei é que alguns dias depois, estando a fazer-me falta o dito equipamento, dirigi-me á mesma casa e perguntei se o assunto já estava resolvido ao que, mostrando-me o equipamento onde o tinham posto, me disseram que ainda não tinha sido possível enviar para reparação, pelo que tinha que esperar por isso. Não tendo gostado da resposta, insisti que deviam, dentro do prazo legal, devolver o dinheiro ou substituir o equipamento perante a apresentação da factura por outro igual ou deixarem-me escolher outro pagando eu a diferença que pudesse existir, ao que me disseram, mais uma vez, que isso não era possível, até porque nem sequer sabiam se alguém não teria maltratado ou andado aos pontapés ao mencionado equipamento. Perante tal resposta comecei a ficar zangado com a falta de respeito que demonstravam por um cliente de vários anos e também por quererem fugir ao estipulado na lei. Perante a minha insistência, já com alguma alteração de disposição, procuraram contactar o fornecedor para saberem o que podiam fazer, tendo recebido como resposta que não deviam entregar novo equipamento como substituição ou devolverem o dinheiro. Depois de variadíssimas trocas de palavras, acabei por pedir o livro de reclamações e acabei por desistir do equipamento, sem ter recebido até hoje a sua devolução nem o dinheiro que gastei. Ou seja, ficou lá o equipamento e o dinheiro. Acabei por ir a outro lado comprar outro equipamento onde me dessem mais garantias e melhores condições, não sem antes ter que assumir o prejuízo que me causou a anterior compra. A lei é clara no seu artigo 4º dos direitos do consumidor do decreto-lei nº 84/2008 referido no Diário da República 1ª série - nº 98 de 21 de maio de 2008, onde vem escrito o seguinte:
1 - Em caso de falta de conformidade do bem com o contrato, o consumidor tem direito a que esta seja reposta sem encargos, por meio de reparação ou de substituição, á redução adequada do preço ou à resolução do contrato.
2 - Tratando-se de um bem imóvel, a reparação ou a substituição devem ser realizadas dentro de um prazo razoável, tendo em conta a natureza do defeito, e tratando-se de um bem movel, num prazo máximo de 30 dias, em ambos os casos sem grave inconveniente para o consumidor.
3 - A expressão "sem engargos", utilizada no nº 1, reporta-se às despesas necessárias para repor o bem em conformidade com o contrato, incluindo, designadamente, as despesas de transporte, de mão-de-obra e material.
Ora o que se percebe é que os comerciantes, na maioria dos casos o chamado comerciante tradicional, não querem cumprir a lei na sua totalidade ou fogem como podem ao seu cumprimento. Neste caso relatado o que era normal, e que é usualmente praticado pela maioria das grandes superfícies, é a substituição pura e simples dentro de, pelo menos, os 15 dias após a compra com a apresentação da factura. Com o tipo de procedimento descrito, valia a pena recorrer ao tribunal se, pela quantia em causa e pela demora e as despesas que isso representa, não se tornasse impraticável. E é por isso, que alguns comerciantes sabendo dessa situação de precaridade da nossa justiça, usam e abusam da pacividade do consumidor, não restando outra coisa ao cliente senão virar as costas ao comerciante e procurar fazer, no futuro, as suas compras noutro lado. E assim, o comércio local vai perdendo clientes a pouco e pouco, por causa destas e de outras situações que o consumidor vai verificando fazendo com que este desista de fazer as suas compras perto da sua área de residência nas lojas chamadas tradicionais. A juntar a esta situação temos ainda a questão dos horários, a questão dos funcionários que estão no atendimento, o fecho por férias, etc. etc. Com tudo isto, não se pode esperar que seja só com apoios e mais apoios, que o comércio local - tradicional - possa saír da letargia em que se encontra, mais a mais com a existência de uma crise profunda que ainda não tem fim á vista.

Armindo Cardoso
Comentário ao post de Xara-Brasil na página do FaceBook: Olival Basto - Comércio em estado de emergência.

Caro Xara, os apoios serão necessários, mas o essencial é que os comerciantes saibam adaptar-se ás novas exigências do consumidor. O comerciante chamado tradicional, continua isso mesmo, tradicional, mas sem inovar, sem modernizar-se e, por vezes, nem sabe como respeitar e lidar com o cliente, que entra pela porta dentro do seu estabelecimento. Para aqueles que queiram adaptar-se pode fazer toda a diferença os apoios e os incentivos, mas para aqueles que querem continuar a existir conforme o fizeram nas últimas décadas, o caminho será o fecho de portas. Não respeitar o artigo nº 4 do decreto-lei 84/2008 referido no Diário da República de 21 de Maio de 2008 relativo ao direito do consumidor e utilizar todos os truques para fugir a cumprir dito artigo da lei, sabendo de antemão - salvo raras excepções - que o cliente dificilmente recorrerá á justiça, fechar na hora de almoço e não quererem adaptar ás exigências actuais do consumidor todo o conceito do horário laboral que insistem em querer fazer, não serem mais exigentes com os funcionários que atendem os clientes no que respeita á forma e educação com que estes o fazem no contacto com o público, não serem mais exigentes com os artigos que vendem em matéria de relação preço qualidade e em matéria de stocks, naquilo que mais procura tem, não serem mais exigentes com a qualidade dos seus próprios fornecedores no que respeita ás condições que os mesmos oferecem para venderem os seus artigos, são algumas das questões que estão a levar o cliente em geral a fugir do comércio chamado tradicional. E os comerciantes do Concelho de Odivelas, não são diferentes nestas matérias, por isso, o seu caminho, será o mesmo que muitos outros de outras zonas ou localidades, o fecho de portas se não abrirem os olhos.

Armindo Cardoso

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Odivelas com Futuro Armindo Cardoso

Odivelas com Futuro Armindo Cardoso
Comentário sobre a forma de pagamento das SCUTS anunciada pelo Governo e vinda a público:

É a trapalhada geral á moda dos tecnocratas socialistas. Confuso, desigual e fora de propósito. Ou se paga ou não se paga, eis a questão. Uma decisão que não devia ser tão complicada de tomar. A meu vêr deve-se pagar para que quem não tem automóvel não tenha que as pagar com os impostos que paga. Em todo o caso acho abusivo os preços practicados nas portagens que só servem para encher meia dúzia de administradores e gestores assim como mais uns quantos priviligiados accionistas dessas empresas que, na maioria dos casos, nem sequer revertem esses dinheiros em investimentos para criação de emprego, apenas acumulando fortunas. Por outro lado não me parece razoável continuar a subsidiar com dinheiros públicos a utilização das auto-estradas por quem quer que seja, até porque, numa fase de contenção, não me parece ser uma practica de boa gestão dos dinheiros públicos, havendo outras matérias mais urgentes que requerem a nossa atenção e mais investimentos como a segurança, a educação, a saúde, a investigação, as energias alternativas, etc. etc., que serão muito mais úteis a médio/longo prazo e trarão, pela certa, maior desenvolvimento a Portugal e ao seu povo.


Armindo Cardoso