segunda-feira, 4 de novembro de 2013



EU SEI, EU SEI...


Eu sei que estamos ainda a viver uma crise, onde muita gente já perdeu o seu emprego, onde as famílias e as pessoas estão a passar grandes dificuldades, onde os sem abrigo terão aumentado, onde muitas empresas fecham as portas todos os dias, talvez agora menos que há uns meses antes. 

Mas o que me faz estranheza, é tudo o que acontece nos dias de hoje, só estar a chamar a atenção de todos agora, especialmente dos partidos que se encontram hoje na oposição, dos média em geral e, actualmente, de muitas das pessoas que aqui no facebook vão comentando o que vai acontecendo no dia-a-dia, sendo que, tudo o que está acontecendo, que tanto revolta as pessoas, como o desemprego, famílias a passarem dificuldades, pessoas que perdem tudo e passam a viver na rua, famílias que em suas casas já nem dinheiro têm para pagar contas de luz ou do gás, entre outras coisas, assim como empresas a fecharem por todo o lado, já acontecia nos finais dos anos 70 e em meados dos anos 80.    

Que os mais novos não se lembrem, ainda compreendo, mas os mais velhos? 

ONDE ESTAVAM NAQUELA ÉPOCA? 

Ou naquele tempo não liam jornais, não andavam pelas ruas, não ouviam nem viam televisão? 

Ou então estavam tão bem de vida, sem serem atingidos pelos problemas, que os fazia não quererem saber realmente o que se passava? 

Assim mais ou menos como a avestruz, que enterra a cabeça na areia.

Os partidos que hoje, na Assembleia da República e nas Assembleias Municipais e de freguesias, tanto protestam contra o actual Governo, já se esqueceram de quem provocou a derrocada do nosso País? 

EU SEI, EU SEI.... POIS CLARO, NÃO CONVÉM LEMBRAR!!!!

Mas eu insisto em relembrar os mais esquecidos: 

Por um lado foi o PCP com as expropriações e as nacionalizações, ambas indiscriminadas e selvagens que provocaram o fecho de muitas empresas, a fuga de muito capital e o aumento do desemprego; 

O PS de Mário Soares, conjuntamente com o seu amigo da época, o PCP de Álvaro Cunhal, destruíram em poucos meses, o que nos levou 500 anos a construir, com resultados catastróficos para Portugal, acabando com o comércio com os nossos ex-Estados Ultramarinos, de um momento para o outro, sem qualquer preparação atempada e compensação palpável e, ainda por cima, levou a que retornassem ao Continente aproximadamente um milhão de portugueses, brancos e pretos, com uma mão à frente e outra atrás, como se costuma dizer, por terem sido, na sua grande maioria, espoliados e roubados dos seus pertences. 

AMBOS, PS E PCP, FIZERAM DESTE PAÍS O QUE ELE É HOJE.

O PS pediu por 3 vezes resgates financeiros para pagar as suas asneiradas. 

Enquanto houve dinheiro a fundo perdido da Europa para nos modernizarmos e nos prepararmos para o futuro, preferiu-se gastá-lo num Estado Social para o qual não estávamos preparados, nem produzíamos o suficiente para o pagar.
Tão pouco souberam como nos preparem para isso, durante os últimos anos da década de 80 e durante a década de 90.

Para fazer as grande obras que encheram o olho, com as quais se ganhavam votos, recorreu a empréstimos e a esquemas financeiros, chamadas de engenharias financeiras, que não são mais do que vigarizes, dando de ganhar fortunas a meia dúzia de amigos da mesma cor política, ou para pagar favores, e criando a ilusão de se criar emprego sustentável. 

Como faltava gente para as grandes obras públicas, porque os portugueses já não queriam trabalhar por pouco dinheiro e era fácil ficar-se a viver de um qualquer subsídio de desemprego, abriram-se as portas da imigração e entrou de tudo, acabando por vir a dificultar, ainda mais, os nacionais de encontrarem trabalho, quem realmente queria trabalhar, e acabou por, a médio prazo, criar uma concorrência desleal em certas áreas de negócio, que levou muitas empresas a começarem a ter grandes dificuldades. 

No meio de tudo isto, os impostos iam aumentando e os pedidos de empréstimos de dinheiro também, as empresas começaram a levantar asa a pouco e pouco, indo estabelecer-se noutras paragens, deixando cá um desemprego crescente, outras iam despedindo e falindo. Mas parece que ninguém estava cá, ninguém via nada, ou não queriam ver. Os problemas ainda iam batendo só na porta de alguns, especialmente dos que estavam longe dos olhares de quem agora tanto protesta. Será por isso que a memória está a falhar relativamente ao passado? 

EU SEI, EU SEI.... 

É QUE AGORA ESTÁ A BATER À NOSSA PORTA E JÁ BATEU NA DO VIZINHO!!!! 

Para ir tapando e mascarando os números percentuais do desemprego em aumento, serviram-se de vários truques, por um lado a admissão de gente na função pública, por outro a criação de empresas com subsídios da Europa, mas que não eram devidamente fiscalizados, nem a atribuição dos subsídios, nem as empresas após receberem os mesmos, já sem contar com a posterior modernice das empresas municipais, que serviram, e ainda servem, para dar lugar a mais uns quantos da mesma cor política e/ou para pagar favores, ao mesmo tempo que podia ir ajudando à tal máscara dos números percentuais do desemprego e, claro, muito importante, ir assaltando os bolsos de muita gente, mas sempre dos mesmos, dos contribuintes, do trabalhador, do povo em geral. 

Já sem contar com aquela aberração da criação dos centros de inspecção obrigatória automóvel, que mais não serviu do que para empregar mais uns quantos, encher os bolsos de meia dúzia e servir de desculpa para assaltar os rendimentos da classe média. Diminuir a sinistralidade nas estradas? Uma mentira descarada para legalizar o assalto.

Claro que a corda esticou até ao limite e estoirou.

Mas ninguém estava interessado em saber de nada. 

ÓH GENTE!!!! E SÓ AGORA É QUE ACORDARAM???? 
VALHA-ME DEUS!!! 

Não acredito que tenham comido assim tanto queijo.
Se não fosse demasiado sério, ainda me dava era vontade de rir.

EU SEI, EU SEI.... 
DÁ VONTADE É DE CHORAR!!!!

Não se querem lembrar, provavelmente por não estarem no Governo os que nos puserem no actual estado de problemas, e depois deve de ser mais divertido, e útil também, protestar-se com os que não têm culpa, em vez de se exigir que se sentem em tribunal os culpados. 
É a estratégia de se desviar a atenção do essencial. Assim canaliza-se a ira do povo contra quem está no Governo e os malandros, os corruptos, os traidores e os ladrões, vão conseguindo escapar. 
Lá de vez em quando, para dizer a verdade, muito de quando em quando, é apanhado um "peixe miúdo" nas "malhas" da justiça, para ir calando alguns dos mais exaltados e distraídos, mas....

EU SEI, EU SEI.... OS "TUBARÕES" TENDEM A NÃO SER APANHADOS.

Dos que estão actualmente no poder só reconheço um culpado também, da derrapagem social e financeira do nosso país, Cavaco Silva, mas fora do poder e a falarem muito por aí, como se nada tivessem a ver com o caso, há vários culpados, um deles um grande traidor, mas parece que também ninguém quer saber disso. Ainda lhe dão voz na imprensa e há quem aplauda. 

Mas o que querem é protestar. Apenas isso, protestar. 
Já nem sabem muito bem porquê, mas protestam. 
Alguns até parece irem para a festa. As greves então são do melhor. 
Não é raro ver, quando são entrevistados, que nem sabem bem o que dizer. Apenas sabem que é preciso estar ali a protestarem, pois claro. 
Outros repetem o mesmo de sempre, que se sabe que não acontece por causa deste Governo em específico, mas que acontece desde há muito e muito tempo.

Já não sabem ou não querem saber porque chegámos até aqui, mas protestam como se as dificuldades só tivessem surgido agora. 
Está na moda protestar. Fica bem protestar contra o Governo, contra os políticos, contra tudo e contra todos. É a grande moda da actualidade.
Mudar o País? Mudar as mentalidades? Mudar certos hábitos? Pagar a dívida? Fazer sacrifícios? Julgar os que nos puseram neste estado? Isso não dá jeito nenhum.

EU SEI, EU SEI....
NÃO VALE A PENA MUDAR NADA. QUEM VIER ATRÁS QUE APAGUE A LUZ E FECHE A PORTA.

Também está na moda ser-se independente. Mas alguma vez alguém que se chame a ele próprio de independente é mesmo independente? E independente de quê? 
Independente sou eu e pertenço a um partido. Mas gostava, isso sim, que o meu país pudesse recuperar a sua independência financeira o mais rapidamente possível e, para isso, o que quero é que a classe política e os partidos se entendam.

EU SEI, EU SEI.... 
MAS MUDAR O PAÍS PARA QUÊ? 

Armindo Cardoso