quinta-feira, 18 de outubro de 2012

E O CDS DECIDIU-SE


Tomou-se uma decisão, se foi a melhor ou não o futuro o dirá. Quanto a mim não foi a melhor. Mas, qualquer decisão, em circunstâncias idênticas, é sempre difícil para quem a tem que tomar, e mais fácil para os outros de criticar. Eu sei disso mas, ainda assim, a posição tomada, na expectativa de evitar uma crise política não me parece razoável e a desculpa do sentido patriótico, neste momento, perante os factos, já não me parece razoável, até porque, assim, vamos mesmo na direcção errada. E há quem pergunte: "E a seguir a uma crise política o que é que vinha?" Bom, em primeiro lugar, ela, a crise política, já existe, ou ainda ninguém reparou? Com uma agravante, a rotura definitiva entre o povo e a classe política foi agora consumada. Mas isso importa alguma coisa? Claro que não deve importar pois parece que o povo e os seus interesses não são os mesmo do País, ou seja, diz-se querer defender os interesses de um País, cujo povo não faz parte da desses interesses, é assim como que esse povo não fizesse parte do País. Um pouco surreal, mas enfim. De qualquer forma, à pergunta que tenho ouvido e lido como que a justificar uma decisão como a que foi agora tomada pelo CDS/PP: A seguir a uma crise política o que é que vinha? Eu apenas digo que, a seguir, vinha a responsabilidade do PSD de avançar com a sua (dele) política sem arrastar o CDS, e, mais importante que tudo, mas mesmo o mais importante, sem fazer o povo perder a esperança de que nem todos os partidos são iguais e que nem todos os políticos só querem "tacho", dando mostras precisamente do contrário, que ainda há políticos que falam verdade e que actuam em conformidade com o que prometem nas campanhas eleitorais, e que nem todos os partidos só pensam nos seus interesses sem que o povo conte para nada. Assim, não temos crise política, virá mais dinheiro (que nada indicava que não viesse, ainda que houvesse essa tal crise política que, de todas as formas já existe, embora parece que muitos se recusam a perceber que ela já está aí, um pouco como aconteceu com a crise, ela já existia e ainda havia muita gente que dizia que estávamos no paraíso), para continuar a alimentar os custos de um Estado pesado, cujo empréstimo terá que ser pago pelos mesmos de sempre, mas, em contrapartida, não sei se agora é que não vamos ter um caminho que nos vai levar aos resultados que verificamos na Grécia. Se era disso que queriam fugir, enganam-se. Havia uma encruzilhada com dois caminhos, foram escolher o caminho que vai levar ao que se queria fugir. E o meu desejo é que não venha a ser pior que a Grécia. Todos dizíamos e dizemos que não queremos ser como a Grécia e que não éramos como a Grécia, mas nunca nos perguntámos porque é que a Grécia chegou ao que chegou. Julgo não precisar de dar a resposta. Essa, acabamos de a ter aqui. Pela rotura total entre a classe política e o povo com a respectiva falta de esperança num futuro melhor. Espero firmemente estar enganado, mas infelizmente a história mostra-me que não.

terça-feira, 16 de outubro de 2012



E agora é que se queixam?



Alguém geriu mal, não sei bem como, mas permitiram-se uma sucessão sucessiva de asneiras, deixámos que ladrões fossem roubando o Estado em proveito próprio, anos a fio, andámos entretidos, de forma egoísta com a nossa vidinha, muitos de nós, cidadãos, foram dizendo que não queriam saber nada de política, achou-se normal que, mesmo quando haviam fortes indícios de irregularidades, mentiras, enriquecimento em pouco tempo sem justificação, que pendiam sobre certos candidatos nas listas eleitorais, quis-se continuar a votar nos mesmos (Exemplo: Isaltino Morais, entre outros/as), ou, em alternativa, praticou-se a abstenção, voto nulo, voto em branco ( a cama, a praia, a diversão e o passeio eram melhores), achámos natural o empréstimo fácil, mesmo que não se ganhasse o suficiente para se terem certas coisas ( Exemplo: Automóveis novos, e quanto mais caros melhor, férias todos os anos no estrangeiro para depois poder-se mostrar as fotos aos amigos, casas com prestações altas nos melhores bairros porque era mais fino, etc.), e muitos/as que fui conhecendo até se achavam muito espertos por assim procederem, o burro era eu por não querer pedir empréstimos para comprar carros ou casas, etc., (eu ou tinha dinheiro e comprava, ou limitava-me a esperar por ter, trabalhando, honestamente, por isso não sou rico), e claro, não querendo dizer que não mereçamos gastar o que ganhamos, já não vejo que tenha havido o direito de gastar mais do que tínhamos e do que ganhávamos. E foi o que fizemos, não só a nível do País, como a nível pessoal (eu não), mas ninguém se preocupou e até aplaudiu. Foi uma questão de cultura adoptada durante décadas por todos nós, o sonho fácil que nos venderam. Por outro lado, não estivemos muito preocupados enquanto as empresas iam falindo, outras fechavam e iam estabelecer-se, primeiro nos países do leste, depois na China, entre outros lados, os impostos iam aumentando quase todos os anos, a indisciplina nas escolas ia aumentando a níveis nunca vistos, a insegurança foi aumentando sem parecer que preocupasse alguém, a não ser o próprio quando era assaltado, as obras para ganhar votos eram mais que muitas e bem vindas, mas ninguém queria saber como se ia pagar, em contra partida deixámos entrar nos País todo o "gato pingado" sem controlo algum, abrimos as portas a tudo o que era fabricado além fronteiras, mesmo podendo os produtos ser fabricados aqui (até era fino comprar-se lá fora ou comprar o que era estrangeiro, Nova York, Paris, Londres, Rio de Janeiro, Recife, Acapulco, entre outros sítios, eram os ideais para se gastar dinheiro, ah e o Algarve, quando o cinto começou a apertar), quisemos o Euro mas não se fiscalizaram os agentes comerciais na aplicação dos preços, e a inflação disparou, mas também ninguém se importou, foram-se admitindo pessoas na função pública para tentar controlar e mascarar os números do desemprego, também para dar lugar aos "boys", mas sem nos preocupar a competência dos que iam entrando, despedir era coisa de sacrilégio, subir na carreira era uma certeza, bastava andar por lá uns anitos, entre muitas outras coisas que fomos achando natural, ou seja, costuma-se dizer que, depois da casa roubada, trancas à porta e, nessa perspectiva, pergunto eu, e agora é que estamos preocupados porque nos estamos a sentir roubados? Bom, mais vale tarde que nunca, ainda que eu, durante anos, pelo andar da carruagem, já sabia onde isto ia parar, ou como se pode dizer também, já tinha visto qual ia ser o final do filme e, da mesma forma que dantes não pude fazer nada, a não ser falar, agora também não vejo mais solução que ir escrevendo, porque de resto vamos ter que deixar que nos "roubem", ou continuar a que nos "roubem", depende do ponto de vista (por mim, vamos continuar a ser roubados, que nunca deixámos de o ser, andávamos era distraídos), em termos fiscais, porque senão, por muita agitação que queiramos fazer, por muitas greves ainda que previstas nesta Constituição desfasada com a realidade dos tempos, entre outros disparates que sejamos levados a fazer, só vamos contribuir para rapidamente termos uma banca rota, e, nesse caso, antevejo piores situações que este "roubo" a que nos sujeitaram. Mas claro, a quem é que isso importa mesmo? Não sei, mas a mim importa-me, mas isso será por, se calhar, já ter vivido uma guerra colonial e uma civil, em África, e achar que os efeitos imediatos e os colaterais de uma situação dessas, serão bem piores do que aquilo que nos pedem neste "roubo". No entanto, por vezes, perante a inevitabilidade de uma determinada realidade, temos que tomar atitudes, ainda que não sejam as queiramos tomar. Em todo o caso, agora de nada nos serve chorar sobre o leite derramado, ou torcer a orelha para ver se sai sangue, porque ainda que o queiramos fazer, já é tarde. Agora, meus amigos e amigas, estamos nas mãos dos credores e dos especuladores da alta finança, que é o mesmo que dizer, que estamos nas mãos de quem tem o dinheiro. Escolhemos o caminho, ou fomos pondo-nos a jeito, e pronto, foi o que ganhámos. Ou fazemos o que querem, ou de um dia para o outro não vai haver dinheiro para pagar os funcionários públicos, pensionistas, desempregados, entre outros, e eu, que não sou nenhum dos que mencionei, não recebo nada do Estado, não contribuí para esta situação, nunca quis os comunistas, que começaram a estragar o meu País, já faz muitos e muitos anos, era eu ainda um jovem, bom, mas não era nem parvo nem cego, nunca votei PSD nem PS, B.E. muito menos, apesar do que referi, mais uma vez na minha vida, estou e vou, também, ter que sofrer as consequências das asneiras dos outros. Isto é que eu tenho uma sina!!!