quarta-feira, 21 de abril de 2010

Reflexões sobre a crise económica/financeira
Texto escrito a 6 de Maio de 2009

Em meados de Outubro de 2008, fui convidado para ir a um colóquio sobre a crise, a qual, apesar de já ter dado mostras há muito tempo que estava espreitando a oportunidade para fazer estragos, só naquela época parecia que se começava a dar conta da sua existência.
Estiveram presentes várias pessoas que vinham preocupadas com as recentes notícias e que queriam ser esclarecidas sobre o porquê da mesma, inclusive eu próprio, porque, apesar de ter as minhas próprias ideias sobre o assunto, gosto de ouvir o que os demais têm para dizer e, claro, todos o dias são bons para se aprender algo mais. Uma vez que o colóquio era com um reputado economista, ex-governante, é claro que me ajudou a decidir a participar no dito colóquio, ansiando por aprender mais alguma coisa, sobre a matéria em causa. Até já tinha ouvido falar nas sub-primes, inclusive no canal parlamento o 1º ministro José Sócrates falou nelas acusando o PSD de ter sido um dos partidos a achar uma boa ideia essa coisa das sub-primes, mas apesar disso o facto é que para mim era um assunto que, tenho que admitir, eu percebia muito pouco. Sobre essa matéria em específico fiquei esclarecido, já foi bom ter ido, uma vez que, tive a oportunidade de aprender mais qualquer coisa. Quando chegou o momento das intervenções dos presentes, eu falei em 1º lugar e perguntei:
Quer dizer então que estamos neste sarilho por causa de umas “mentes luminosas” terem inventado um esquema de vigarices e aldrabices com o objectivo de ganhar dinheiro rápido e fácil com o dinheiro dos outros? E remato com a seguinte afirmação: Então, não há dúvidas de que é aquilo que eu já sabia que levou a mais esta crise, ou seja, a ganância, que é a mãe de todas as crises. Na altura até fiquei um pouco constrangido com a resposta que me foi dada, uma vez que a mesma foi dita por um economista que até já tinha sido governante e que foi a seguinte: Ó meu caro amigo, é claro que a ganância é sempre má, mas esta crise tem como origem, como já disse, a queda do mercado imobiliário americano que está provocando uma série de dificuldades nas instituições financeiras. Eu nem disse mais nada, pois pareceu que nem sequer sabia o que estava a dizer. O facto é que o tempo passou, já escrevi sobre esta crise noutra altura focando novamente a questão da ganância como a principal culpada desta e de todas as crises e acabo por verificar que, actualmente, já não sou só eu a focar esta questão da culpabilidade da ganância. Acabo por ouvir personalidades de renome a nível de Portugal e até Internacional a darem-me razão por focarem a mesma razão para a crise, a ganância desmedida de certos operadores do mercado financeiro, industrial e comercial, não que isso me deixe satisfeito, mas sim,
porque me dá mais a certeza de que esta crise vai demorar a passar e de que muito rapidamente teremos que tomar as decisões correctas para ultrapassar sustentadamente esta crise, se não queremos correr o risco de deixar um futuro muito negro para os nossos filhos. Há uma expressão oriental que expressa bem o meu sentimento quanto aquilo que estamos e não estamos a fazer e que diz:
-“ O Mundo não é uma herança deixada pelos nossos pais a qual podemos desbaratar como entendermos, mas sim, um empréstimo feito pelos nossos filhos com a esperança que o saibamos gerir bem”.
Na realidade o que eu vejo é que estamos entregues nas mãos de vigaristas, mentirosos, incompetentes, mafiosos, corruptos, egoístas, gananciosos e de toda a casta de indesejáveis que por aí proliferam. Não são bons augúrios para quem deseja ver o seu futuro com mais optimismo. Só nos resta acreditar que, apesar de tudo parecer mau, ainda há gente boa, honesta, que são capazes de ter bons desempenhos profissionais sem estarem á espera de enriquecer facilmente acumulando fortunas á custa dos demais com o simples intuito de acumular bens que, no fim, por muito que lhes custe, não levam para a cova. Também devemos acreditar que havemos de ter governantes que de uma maneira ou outra não se deixarão vender ao poder económico a troco de prejudicar a população e o país, mas nós em geral também devemos contribuir com o que podermos, no mínimo não virar as costas quando chegam as eleições, mas também ter como atitude aquela que para mim me parece o exemplo fulcral para passar esta crise e que em determinada altura da história dos U.S.A. foi referida por um seu presidente e que é : “ Não perguntem o que é que o país pode fazer por vós, mas sim o que é que vocês podem fazer pelo país”.
Nesta óptica do que podemos fazer pelo nosso país mais uma vez passo a escrever o que penso sobre o assunto.
No que respeita á crise em geral já o disse em tempos que seria melhor se a nível pelo menos da Europa, se tomassem medidas em conjunto, na época em que o disse houveram pessoas que me disseram que isto podia ser resolvido se o nosso governo fizesse alguma coisa de melhor. Mas vejo que hoje já há muita gente a achar que as medidas têm que ser tomadas no mínimo a nível Europeu. Apesar disso eu sei que vai ser difícil de o fazer, pois cada país “puxa a brasa á sua sardinha”. Como se isso não fosse suficiente não vejo de facto serem tomadas as medidas que na minha opinião seriam as correctas para que esta crise passe de forma sustentada e que são, independentemente da ordem e de haverem naturalmente outras, as seguintes:

1 – Baixa dos impostos em geral, especialmente aqueles que sejam provenientes do rendimento do trabalho e do rendimento das pequenas e médias empresas.
2 – Apoio ás pequenas e médias empresas especialmente aquelas que mantenham os seus postos de trabalho, embora também seja necessário apoiar aquelas que se queiram dedicar ás exportações ou aumentar o número dos seus trabalhadores devido a aumento de produção em que este aumento se justifique pela procura quer interna quer externa.

3 – Procurar com os sindicatos dos trabalhadores e com o patronato formas de se poder, em pouco tempo, aumentar o salário médio, pelo menos em Portugal.

4 – Suspender por tempo indeterminado os investimentos públicos de grande monta, como o aeroporto e T.G.V..

5 – Apostar em investimentos públicos na área da educação (novas instalações, recuperação das existentes que estejam degradadas e que sejam viáveis recuperá-las, novos e melhores programas de ensino, maior segurança dentro das instalações escolares, mais pessoal auxiliar, melhor aproveitamento dos tempos livres, mais meios para o programa escola segura, etc.).
Apoiar as empresas e empresários que queiram investir nas novas tecnologias.
Apoiar as universidades nos seus estudos de investigação.

6 – Reduzir os custos do Estado de todas as formas possíveis.

7 – Não privatizar empresas que sejam rentáveis e que possam continuar a ser exploradas pelo Estado.

8 – Premiar o mérito no funcionalismo público e fomentar o bom desempenho do mesmo para que traga o respeito do cidadão em geral pelas instituições do Estado.

9 – Apoiar e investir nas forças de segurança e nas forças armadas.

10 – Ser mais severo na legislação contra os crimes de sangue e violentos.

11 – Descentralizar mais poderes para os Governos Civis ou Autarquias no que respeita á segurança pública regional assim como á educação, embora possam haver outros poderes que estudados interessem ser descentralizados, com o objectivo de melhorar o funcionamento geral de toda a estrutura do funcionalismo público Nacional.

12 – Apoiar as famílias numerosas com reduções de taxas autárquicas e impostos em geral.

13 – Melhorar a eficiência da aplicação dos subsídios de desemprego e outros pela Segurança Social, com o intuito de quem realmente precisa poder ter acesso ás ajudas num prazo o mais curto possível e quem apenas usa os subsídios para nada querer fazer seja fiscalizado e anulado os apoios.
Melhorar a eficiência do S.N.S. para evitar situações como por exemplo: Uma pessoa que vá passar algum tempo fora da sua área de residência e tiver que recorrer ao centro de saúde da área o mais provável é receber de resposta que não tendo médico de família não poderá ter consulta, ou ainda outra situação caricata que é haver dias específicos para marcação de consultas como se as pessoas pudessem adivinhar quando vão estar doentes, ou ainda se quiser marcar uma consulta no próprio dia terá que ir para a porta do centro de saúde de madrugada porque senão não terá lugar para consulta nesse dia.

14 – Criar gabinetes de reclamações do cidadão em todos os Governos Civis e ao mesmo tempo criar grupos de fiscalização para que seja possível ao Governo Civil determinar onde e como os funcionários públicos não estão a desempenhar bem os seus deveres para que sejam determinadas as sanções a aplicar se para isso houver razão.

15 – Procurar dinamizar através dos consulados ou embaixadas feiras de mostras de produtos Portugueses principalmente onde houver comunidades de portugueses ou de descendentes de portugueses, para não ser preciso termos os nossos ministros a fazerem o trabalho de vendedores da “banha da cobra”.

16 – Não continuar na política de levar os nossos empresários em grandes grupos para o estrangeiro para aí irem investir e criar postos de trabalho que depois se podem virar contra nós como acontece por exemplo com a China, a Índia e alguns países do leste Europeu.

17 – Não continuar a dar todos os benefícios para a criação de grandes grupos estrangeiros em Portugal, que mal sintam um mal-estar na economia, fechem as portas rumando a outras paragens deixando-nos outra vez com os problemas do desemprego. Em vez disso apostar nas empresas e nos empresários portugueses que pelo menos com esses corremos menos riscos de á primeira dificuldade fugirem com os seus lucros anteriores para outras regiões do globo.

Muito mais se pode acrescentar se se pensar devidamente nas políticas que de facto interessem ao crescimento do nosso país e ao desenvolvimento da nossa sociedade em vez de estarmos preocupados com aquilo a que chamam de políticas de direita e políticas de esquerda, sem contar que ainda há as políticas do centro direita e do centro esquerda e as de extrema-direita e as de extrema-esquerda, por favor, tenham dó. Devemos de deixar de perder tempo a deitar sempre as culpas para quem esteve antes no governo, pois quando se vota nas eleições para que um governo tome as rédeas da governação é para que faça melhor que o anterior e não é para passarmos o tempo a ouvir os nossos deputados na Assembleia da República praticamente a ofenderem-se uns aos outros, sacudindo sempre “ a água do capote” para os outros, achando que está sempre tudo mal pela simples razão de que esta ou aquela medida é apoiada por um partido de diferente ideologia política, mostrando de facto, que não podemos ter esperança nenhuma nas melhoras deste país e do mundo. Termino com um desejo: Não queiramos ser os “Madoffes” da política contribuindo para a ruína do futuro dos nossos filhos.

Armindo Cardoso
CDS/PP Odivelas
REFLEXÕES SOBRE PORTUGAL E A CRISE INTERNACIONAL

Escrito a 2 / 10 / 2008

Desde há algum tempo que vimos a assistir a várias notícias nos mais conhecidos e diversos órgãos de informação sobre os constantes altos e baixos do preço do petróleo e, como consequência, a uma dança alucinante nos preços dos combustíveis.
Se eu não soubesse o que sei sobre o assunto, poderia ficar admirado e até, talvez, passar um pouco á margem do problema fazendo o que a maioria faz, que é esperar que alguém resolva o problema, mesmo que, ele nunca venha a ser resolvido em tempo útil.
No entanto, como estou bastante preocupado, com a inércia e falta de visão de futuro dos vários governos, que, pós 25 de Abril, comandaram os destinos da nossa nação, gostaria de poder contribuir ainda que, modesta e precariamente, para agitar as células encefálicas deste nosso povo, para que, seja possível obrigar os nossos governantes a pensar mais no futuro da nação, em vez de, se preocuparem com ideias que só servem para lutas partidárias, com o objectivo de tirarem proveitos eleitoralistas e desviar a atenção do povo, do que é realmente importante para o futuro de todos nós e dos nossos descendentes.
Quando afirmo falta de visão de futuro, provavelmente também deveria adicionar a falta de informação, além da também pouca vontade de criar condições, para que neste princípio de século, pudéssemos estar na vanguarda dos combustíveis ecológicos e das energias alternativas, a igual que outros países como o Brasil, Dinamarca, etc.
Provavelmente os senhores da geração anterior e até da minha não tiveram acesso ás mesmas informações que, felizmente, tive através da leitura de vários livros, nomeadamente de uma enciclopédia juvenil oferecida pelo meu pai, para que eu pudesse saber mais alguma coisa adicional ao que, nas escolas da época, nos obrigavam a aprender.
Há mais de 40 anos, que eu sei que o petróleo tem o fim á vista. Não é verdade que as reservas estejam a caminhar para o seu esgotamento só agora, ou que só nos tenhamos dado conta do problema apenas há uma ou duas décadas, a verdade é que a previsão para o seu esgotamento já vem desde que os cientistas começaram a estudar todas as questões relacionadas com o petróleo. Mas claro que, a classe política tem sempre muita relutância em dar ouvidos aos estudos científicos, julgando que só eles, os políticos, são os donos da verdade, deixando para trás os avisos que a comunidade científica vai fazendo ao longo dos anos a respeito de um qualquer assunto. Normalmente a comunidade científica é apelidada de exagerada, alarmista, etc.. Pois bem, os cientistas, deviam ser mais ouvidos nas suas opiniões e devíamos aprender mais com os resultados dos seus estudos. Se não o fizermos não tem sentido todo o dinheiro que o Estado investe, em geral, na ciência e de pouco servem campanhas com slogans de “choque tecnológico”. Talvez, para quem não tenha sido informado antecipadamente possa ser apanhado desprevenido sobre o que se está passando no mundo, mas para mim é o desenrolar do que já há muito era previsível e não era preciso ter dotes de adivinho como o nosso “querido” 1º ministro Sócrates teve a coragem de dizer em plena assembleia da república a respeito do brutal aumento dos combustíveis, adivinhos era preciso que fossemos para saber em que dia e a que horas estas situações acontecem. Era previsível, claro que sim, tão previsível como a nossa morte, podia acontecer em qualquer altura, era só uma questão de tempo, tempo esse que nós não aproveitámos para estar na vanguarda das energias alternativas e dos combustíveis ecológicos. Seria natural, julgo eu, que os governantes da nossa nação, com cursos universitários, homens supostamente evoluídos e informados tivessem tido uma visão atempada sobre a evolução do mercado petrolífero, que nos tivessem permitido gerar políticas energéticas que pusessem Portugal neste momento na vanguarda da Europa e quiçá ao nível do nosso país irmão, o Brasil. A realidade a que assisto é que, dado os últimos acontecimentos, vamos continuar preocupados a discutir temas que só servem para desviar a atenção da população em geral, dos problemas de facto que requerem uma rápida solução e investimento de forma a recuperar o atraso em que nos encontramos. È claro que é mais fácil deixar o povo a discutir sobre questões morais, como o aborto, casamentos gays, adopção de crianças por parte de casais gays e outros temas que, embora, para alguns, possam fazer falta discutir os pormenores, não me parece que sejam os temas que levem este país a sair do atraso em que se encontra e a ultrapassar as dificuldades que já há muito se adivinhavam, de modo que, para nos entreterem, dão-nos estes temas para nos confundir e em compensação não nos preocuparmos com o resto porque eles é que sabem. Já nos meus tempos de jovem se falava em que o petróleo poderia acabar em 70 anos, isso quererá dizer que apenas teremos escassos trinta ou provavelmente quarenta anos em que poderemos ainda contar com esta energia fóssil. Quando ele acabar também virá alguém, provavelmente, dizer que não era adivinho para saber que o petróleo ia acabar tão depressa, ou seja, na época em que for, para se desculpar de não se ter feito nada atempadamente para ultrapassar o que é previsível. È como o que aconteceu durante o mês de Agosto em relação ao aumento da criminalidade. Surpreendeu alguém que isso se tivesse verificado? Era preciso ser-se adivinho para se saber que isso era o mais provável de acontecer? Claro que não, mas o Governo não tomou medidas atempadas, não recuou na lei disparatada que levou a pôr na rua uma série de criminosos, não previu que ao diminuir a entrada de elementos nas forças da ordem poderíamos dar a ideia errada aos que vivem do crime de que não seriam apanhados, por verem menos polícia nas ruas, não alterou a lei sobre a imigração que deixou entrar todo o tipo de criminosos no nosso país e esqueceu-se de governar para o País governando apenas em função de ideais partidários. Por isso, não é de estranhar que a população, em geral, se esteja a afastar da vida política e que, cada vez mais, se vejam abstenções maiores nos actos eleitorais além de que, apelidem os políticos de mentirosos e de só quererem o “tacho”.
Mas do que nós não nos podemos esquecer é que, apesar de algumas recentes notícias sobre descobertas de novas jazidas, os lençóis de petróleo não aumentaram, são precisos muitos milhões de anos para se formarem novos lençóis. Daí que, é fácil pensar que, dedução lógica, o petróleo vai acabar. Entretanto, enquanto acaba e não acaba, vamos continuar a assistir a este disparate mundial de estarmos reféns quer dos senhores das grandes companhias quer reféns dos países produtores de petróleo.
Ainda que, estes senhores das companhias e governantes dos países produtores, se tornem seres humanos com consciência humanitária mundialista, o que muito sinceramente não acredito, uma vez que a ganância, mãe de todas as crises, faz parte intrínseca deste tipo de pessoas, mas, como dizia, ainda que essa gente fosse diferente, para melhor, o custo de pesquisa, de extracção, de produção e distribuição, terão com certeza aumentos rectificativos e significativos, porque todas as desculpas vão servir para continuar, por todo o tempo que for possível, a encher os bolsos dos poderosos deste mundo louco. No futuro, nomeadamente em relação á extracção, na medida em que a mesma será cada vez mais funda e de difícil acesso, o petróleo por muito que se possa querer travar a subida do preço ele vai continuar a subir embora possamos ter algumas fases de acalmia que nos trarão de novo a ilusão de que tudo está a caminhar no bom sentido e que foi possível controlar a crise mundial.
Infelizmente não são só por esses problemas que vamos continuar a assistir a este Carnaval Dantesco das crises internacionais, outras razões bem mais nefastas poderão alterar repentinamente e sem aviso o preço do crude, basta que apareça, por assim dizer, um qualquer senhor da guerra que se julgue imortal e invencível ou com alguma especial demanda Divina, para desenvolver um medo generalizado de guerra, que por sua vez provocará novos aumentos do crude e instabilidade nos mercados financeiros.
Portanto, como somos vulneráveis a muitas situações que, por muito idealistas que sejamos e por muita vontade que tenhamos, não vamos conseguir modificar, resolver ou alterar, não é preciso ser adivinho para saber que as coisas vão piorar dentro em breve se não se fizer nada de concreto sem ser injectar dinheiro nos mercados financeiros que só vai servir para criar a ilusão de que é possível controlar situações de crises como esta actual. Aliás, na minha opinião, estas injecções de dinheiro são só decisões paleativas que não resolvem o problema de fundo, só vão servir para encher ainda mais os bolsos dos grandes especuladores das bolsas e dos bancos que tenham a sorte de conseguir pôr a mão nesses milhões todos. De uma coisa podemos ter a certeza, á população em geral, ao pequeno comerciante, ao trabalhador quer por conta própria quer por conta de outrem, não vai ajudar em nada, a mim, pessoalmente, só serve para me fazer sentir revoltado, por ver que me estão a fazer de parvo e eu não posso fazer nada para modificar isso. Como atrás disse, a ganância é a mãe de todas as crises, esta minha convicção vem do facto de que as grandes industrias, os grandes especuladores do mercado, enfim, os poderosos do dinheiro, apenas vêem números e quanto mais e maiores eles forem, mais satisfeitos ficam e mais poderosos se sentem, ficam embriagados e viciados nesse poder a tal ponto que se esquecem de olhar para todos aqueles que vivem com salários de miséria e até trabalham para eles em muitos dos casos. Com alguma sensatez, seria possível atempadamente superar estes problemas, mas como sensatez é coisa que tenho visto pouco não só a nível de Portugal mas também a nível Mundial e por muito que queiramos mudar a forma de pensar e de estar desses senhores, não vai ser possível, logo, quer dizer, que vão continuar a toda a força, a usar o poder da sua ganância desmedida e portanto a acumular fortunas que eles próprios nem em várias vidas, a viverem bem, conseguiriam gastar, devem com certeza pensar como os antigos faraós do Egipto que julgavam precisar das suas fortunas no além para continuarem a viver bem. Por mim, penso, com absoluta certeza, que ninguém vai precisar de dinheiro depois de morto. Enfim, partindo do atrás exposto, só vejo uma solução: Vai ser necessário os Estados, cujos políticos não se deixem vergar ao poder desses mesmos senhores, legislar leis, que protejam, tanto quem, arduamente trabalha honestamente, como quem, por ter possibilidades, investe e arrisca o seu dinheiro no comércio ou na industria. Claro que, qualquer iniciativa terá que ser tomada a nível global, o que se torna muito difícil, difícil já será que sejam tomadas medidas a nível europeu, pois nas questões essenciais não parece que nos entendamos, mais parece que nós europeus, ainda não percebemos, que se não estivermos unidos em todos os aspectos, vamos ser ultrapassados pelo resto do mundo, como por exemplo pela China. A China está despertando e também não é preciso ser-se adivinho para saber que mais tarde ou mais cedo vamos ter que aprender a viver com os chineses a mandar não só na economia mundial como também na política. E, pouco a pouco, enquanto, isso vai acontecendo, nós andamos entretidos apenas a puxar as “brasas ás sardinhas” de cada nação ou de cada partido político, perdendo tempo nas decisões necessárias para resolver os problemas de fundo que nos afectam não só em Portugal, mas também ao resto da Europa. Como é visível, de momento, medidas de curto e médio prazo, tomadas a nível, no mínimo, Europeu, serão bastantes difíceis e demoradas, ou não fosse bem real aquela frase que diz que “cada cabeça sua sentença”, portanto, visto que, ainda existe esta dificuldade de entendimento a um nível mais global, seria desejável que se pudessem tomar medidas concretas a nível Nacional, aproveitando para esse facto, exemplos com bons resultados de outros países, ou até exemplos que possam vir de estudos da história, recente ou não, quer nacional quer universal. Eu sei que por vezes caímos no erro de julgar que não é preciso saber história para se aprender o que quer que seja e de facto há uma frase que sublinha isso mesmo, “a história repete-se”. Hitler não aprendeu nada com Napoleão, quando decidiu invadir a Rússia, por exemplo, mas não vou dissertar sobre casos históricos até porque não é essa a ideia de momento.
Apesar de, já há algum tempo, vir ouvindo ou lendo, alguns comentários sobre a situação actual, quer da crise quer do país, não me tenho apercebido de que realmente estejamos bem entregues quer a quem nos governa quer a quem faz oposição, nem sequer aos variados comentaristas que por aí proliferam. È verdade que nalguns casos tenho estado de acordo com algumas posições quer da parte do nosso governo quer de quem emite opiniões ou faz oposição no parlamento. No entanto julgo que sendo o problema grave demais para nos calarmos e deixar que outros decidam por nós, julgo ser pertinente deixar aqui também a minha opinião sobre como julgo ser possível, pelo menos a Portugal, ultrapassar rapidamente, embora leve alguns anos, as visíveis dificuldades momentâneas.
Quanto á nossa exagerada dependência do petróleo, que nos deixa vulneráveis a qualquer pequena variação do mercado, é provavelmente o mais fácil neste momento de resolver a médio prazo. È certo que o governo tem estado a dar forma ao desenvolvimento das energias alternativas, no entanto julgo que é muito pouco dado ao que desde há alguns anos se tem verificado. Não vou cair na asneira de perder tempo com considerações de quem é que é culpado do atraso de Portugal nesta matéria, ( A título de curiosidade refiro que em 1907 um cientista português conhecido como Padre Himalaia ganhou um prémio internacional na feira de Nova York com a apresentação de um forno solar ), o que quero dizer com este parênteses é que a culpa já vem de longe, portanto, o que pretendo e julgo que muitos mais portugueses pretendem é que se faça muito mais e melhor do que aquilo que se tem feito até ao momento. Para isso, a tecnologia actual permite-nos diversificar as formas para resolver as diversas questões relacionadas com a energia e com os combustíveis. Estou de acordo que, sendo nós um país com Sol, com vários rios e montanhas, se aposte em força quer na energia solar, nas barragens hidroeléctricas, nas eólicas para citar as mais conhecidas, em vez de apostar num grande aeroporto que apesar de poder ser uma forma de mostrarmos o nosso desenvolvimento, não me parece que seja o investimento mais necessário e apropriado neste período que atravessamos, em primeiro lugar porque quando o aeroporto estiver pronto para funcionar, depois de ter servido para encher os bolsos de alguém, e de dar emprego á comunidade estrangeira que vive no nosso país ou que venha de fora de propósito contratada para isso, não só vamos ficar com um grave problema financeiro para resolver, como também é de duvidosa vantagem o seu funcionamento, na medida em que não sabemos a que preços vamos ter os combustíveis e se haverá ou não alternativa para os aviões ao querosene. Logo, se ainda não tiver acabado o petróleo, que provavelmente não terá acabado ainda, o preço é mais que certo que estará nas nuvens, por assim dizer. Daí que, ou temos companhias aéreas subsidiadas pelo erário público, para manter preços baixos e os salários dos trabalhadores, com o objectivo de quem anda de avião poder continuar a fazê-lo, ou então as passagens serão tão caras que só alguns privilegiados é que poderão fazê-lo, portanto para quê um mega aeroporto pago pelos contribuintes quer da Europa quer de Portugal, se o que nós precisamos urgentemente é aliviar a nossa dependência do petróleo questão esta que vai beneficiar todos os Portugueses e em última análise os Europeus em vez de beneficiar uns quantos que andam de avião.
Mas temos que reflectir também sobre se nos interessa o tão falado TGV, de qualquer maneira sempre é preferível esse investimento ao aeroporto, pelo menos nesta altura dos acontecimentos. Apesar do atrás dito, na minha opinião, não me parece relevante que seja imprescindível para o desenvolvimento do país tamanho investimento só para se conseguir chegar uns quantos minutos mais cedo ao destino. Há com toda a certeza melhores apostas para investir tanto dinheiro. Entre outras possibilidades parece-me adequado que se fomente e apoie o desenvolvimento rápido, digo mesmo acelerado, no que concerne aos combustíveis chamados ecológicos: Etanol, biodisel, etc.. Com esse desenvolvimento traríamos um acréscimo de emprego na agricultura, provocada pela procura das matérias primas necessárias para a produção do etanol e do biodiesel, nomeadamente o cultivo da beterraba, girassol, pinheiro, etc., além de fomentar postos de trabalhos nas unidades fabris que se viessem a desenvolver para a destilação dos diversos produtos necessários ao etanol e de produção de biodisel. Este plano não é irrealista, temos o exemplo do Brasil, não temos é tanto terreno para cultivo, mas temos um Alentejo para os grandes cultivos e uma particular apetência para o pequeno cultivo familiar que entre uma coisa e outra poderia de princípio superar as nossas necessidades de matéria prima. Depois, seria uma questão de acordos com Angola, Moçambique, Brasil ou até com todos ao mesmo tempo, não fosse falhar algum dos acordos, para grandes explorações agrícolas afim de superarmos as nossas necessidades de matéria prima. Enfim, ainda falta falar de outras possibilidades de investimento muito mais necessários ao desenvolvimento do país do que aquelas que o governo nos tem querido mentalizar como apropriadas para o nosso futuro. Nas eólicas vejo uma grande oportunidade para aprendermos rapidamente a tirar proveito dessa tecnologia, (em tempos não nos faltavam moinhos de vento de norte a sul do país, pois agora podemos começar a vê-los, salvo as devidas diferenças, espalhados por todo o lado). No entanto esta tecnologia tem de ser aliada a uma outra que é a energia solar, somos um dos países da Europa com mais horas de Sol, temos que aproveitar ao máximo essa vantagem da natureza. Da mesma maneira que vejo com interesse a realização de algumas barragens, embora os problemas ecológicos que provocam nas regiões onde são feitas não agradem a muita gente e em matéria de investimento ás vezes leva-nos a pensar se vale realmente a pena.
Outras questões servirão para ajudar á rápida recuperação deste nosso Portugal, é claro que é todo um conjunto de decisões e de investimentos que farão o êxito do progresso que desejamos. Eu sei que não é do agrado dos Presidentes das grandes instituições bancárias que se diga que os juros devem baixar, também sei que alguns economistas não acham essa ideia de bom grado, todos eles argumentam que isso ao ser feito temos que considerar que a inflação vai subir. È verdade, é a lógica, mas isso não quer dizer que não se possam tomar iniciativas legislativas que permitam controlar e sancionar quem especulativamente e abusivamente comece a aumentar os preços principalmente nos chamados produtos de primeira necessidade. Poderia dar aqui algumas ideias para isso mas suponho que os legisladores encontrariam com certeza as leis necessária para o efeito. Aliás se isso tivesse sido feito quando entrou em vigor a mudança do escudo para o euro, não se tinham verificado vários casos de abuso nos aumentos dos custos de certos produtos que, a título de exemplo, menciono o facto de num dia termos o café a 50 escudos e no dia seguinte, sem qualquer razão aparente, ele está a 50 cêntimos, o mesmo aconteceu com muitos outros produtos, isso de se deixar funcionar o mercado, nem sempre é desejável, nessa época teria sido desejável que o governo tivesse previsto que a ganância de alguns operadores e agentes comerciais iria fazer estragos e, portanto, tinha que ter dado soluções legislativas para controlar essa situação, também, mais uma vez, não era preciso ser-se adivinho para se saber que ia dar origem a um aumento da ganância e a um aproveitamento por parte dos mesmos gananciosos ludibriando o incauto. Ora, com uma baixa de juros com o qual se pode prever uma aumento da procura, por exemplo, de casas e do crédito ao consumo em geral, é suposto que o governo tenha preparada a situação com legislação apropriada. Portanto não tenho receio nenhum, nesse contexto, que haja uma baixa de juros que até é desejável e necessária. A instituição fiscalizadora até podia ser a ASAE, porque não? Ou outra qualquer criada em específico para o efeito. A inflação só se descontrola quando o Estado não faz o seu trabalho de fiscalização, já que quer fiscalizar tudo então que fiscalize também os lucros vergonhosos de certas empresas de serviços ou bens de consumo de primeira necessidade cujo único interesse é o de encher os bolsos dos seus accionistas com o total desrespeito pela população em geral, seus clientes, pagando ao mesmo tempo salários milionários aos seus gestores que, para o comum dos mortais nem em duas vidas conseguem juntar o que se torna provocador e ultrajante; o mesmo digo dos salários de alguns futebolistas, mas isso é outra história. Não serve dizer que a inflação se mantém num valor aceitável porque ela só se mantém nesse valor aceitável porque os preços de muitos produtos que não são considerados de primeira necessidade não só não podem aumentar o seu preço, porque senão ainda seria pior para a sua comercialização como ainda, nalguns casos, as empresas afectadas são obrigadas a comercializá-los a preços no limiar do prejuízo, o que leva a falências e a desemprego. Se queremos que a nossa economia se desenvolva de forma a criar emprego sustentado temos de acreditar que só o conseguimos com a baixa de juros, o controle dos preços, a aposta na medida daquilo que fôr possível nas energias e combustíveis alternativos, redução apreciável da carga fiscal, baixar 1% na taxa do IVA é só para nos fazer rir, mas enfim, antes descer que subir. Há quem diga que não é possível baixar os impostos, bom, isso depende das opiniões, eu acho que quanto mais aliviada for a carga fiscal mais desenvolvimento haverá o que contribuirá para menos subsídios de desemprego e mais consumo, que por sua vez gerará mais emprego e obviamente e apesar de mais baixos, maior quantidade de impostos, agora o Estado tem é de continuar na fiscalização do pagamento dos mesmos, porque não é por baixar os impostos que se iria deixar de fazer a fiscalização de quem não paga porque não quer ou de quem não paga porque comete fraudes. A natural reacção a uma baixa de impostos fará com que cresça uma atitude de maior alegria e esperança no futuro que se traduzirá numa apetência para arriscar em projectos novos, coisa que agora não se verifica pelo menos na maioria da população que poderia por iniciativa própria dar origem a uma maior criação de emprego e de riqueza do País. È natural que um governante, quando sente que faz falta dinheiro, vá pelo processo mais rápido e mais fácil, aumentar os impostos, sempre foi assim, já na idade média quando os senhores feudais ou os reis precisavam de dinheiro para travarem as suas guerras ou outra coisa qualquer, lembravam-se era de mandar os seus esbirros cobrar mais impostos e não era invulgar haver casas incendiadas, aldeias devastadas e pessoas mortas com o único objectivo de cobrar aquilo que os senhores feudais achavam que tinham direito. A questão da cobrança de impostos não mudou muito, só que é feito de uma forma mais moderna, agora não se incendeiam casas, agora tiram-se as casas mesmo que a dívida às finanças nada tenha a ver com o valor que foi pago pela casa e enfim outras coisas com as quais não concordo mas também não é agora o momento para escrever sobre o assunto. O que interessa é que todos nós sabemos que os impostos são necessários, creio que ninguém hoje em dia dirá que um Estado pode viver sem impostos, agora o que eu digo é que por vezes não é levantando os impostos como se fez em Portugal que se resolvem os problemas, os problemas que se querem resolver no imediato até podem ficar resolvidos ou meio resolvidos, mas a breve prazo teremos o reverso da medalha, mas parece que ninguém ensinou isso aos nossos governantes. O resultado está á vista as empresas que pertencem aos tais senhores vendidos á ganância do maior lucro custe o que custar, fugiram (e vão continuar a fugir), deixando um aumento considerável do desemprego ( que vai continuar a aumentar), o desânimo e desalento começaram a fazer estragos no desenvolvimento da economia( também vai piorar), os que puderam fugir ao impostos fizeram-no, e com tudo o resto, os que ainda se mantêm a funcionar, á excepção das grandes firmas detentoras dos tais produtos de primeira necessidade, estão com sérias dificuldades de sobrevivência em que algumas já têm que considerar se pagam os impostos nesse mês e fecham portas no mês seguinte, mandando várias pessoas para o subsídio de desemprego ou se arriscam a pagar salários para manter a empresa em funcionamento á espera de melhores dias e poderem ser encerrados pelas finanças para mandar tudo para leilão e engrossar as fileiras da segurança social, o que vai originar mais despesas ao Estado que por sua vez necessitará de aumentar mais os impostos, é um ciclo vicioso muito nefasto. Há impostos que não fazem qualquer sentido e por muita vontade que uma pessoa tenha em querer cumprir, sente-se revoltado cada vez que o tem de fazer, ora essa também não é a melhor maneira de criar um bom relacionamento com o contribuinte, passo a dar um exemplo: Uma pessoa tem uma casa (comprada, recebida de herança, dada, seja como for, é dona e senhora da sua propriedade, desde que legalmente), pagou ou alguém antes o fez, os devidos impostos relativos ao dinheiro que ganhou e que lhe permitiu adquirir essa mesma propriedade, no caso de ser uma casa tipo moradia que tenha mandado fazer, além do que pagou pelo terreno também pagou os impostos dos materiais e da mão-de-obra relativa á execução da obra, pagou as licenças e tudo o mais que é necessário, como taxas de abertura de água, recolha de lixo, ligação aos colectores, etc., etc., ao longo do tempo vai continuando a pagar as tais taxas ás autarquias e ainda tem de fazer arranjos periódicos se não quiser deixar a propriedade degradar-se e vir a perder valor ou a deixar de ter condições para nela se viver e, como se isto tudo não bastasse, para poder viver na sua própria casa tem de pagar um imposto que a meu entender é mais um aluguer á autarquia que outra coisa. Eu sei que o Estado precisa, mas não brinquem connosco. Qualquer cidadão tem o direito de não ser tributado para estar naquilo que é seu. Os exemplos poderiam fazer escrever mais umas linhas, o certo é que, com um pouco de senso comum se conseguiria arranjar forma de os contribuintes não se sentirem roubados pelo próprio Estado o que provoca um desânimo cujos efeitos poderão ser piores que os de qualquer crise. Outra coisa que não consigo entender e pelo que sei mais uns quantos milhares de portugueses, é porque é que os seguros inventaram e o Estado permitiu e apoia, que cada carro tem que ter um seguro, entende-se que quando se compra um carro a crédito que tenha que haver um seguro contra todos os riscos pelo menos enquanto o carro não estiver pago, agora o que não é compreensível á priori, é que qualquer veículo o tenha que ter para poder circular, não são os carros que têm os acidentes, são os condutores, eles é que provocam os acidentes, por todas as razões que são conhecidas, por isso, eles é que têm que ter seguros, as suas cartas é que têm que estar cadastradas para se saber quem é que provoca os acidentes e não respeita habitualmente a lei, não me refiro aquele que, por um pequeno descuido foi apanhado a 70 Km numa via em que só era permitido 40 ou 50 Km, eu refiro-me aos que habitualmente não são apanhados, mas que deviam ser, em excesso de velocidade em vias perto de escolas, no interior de vilas, que ultrapassam nas curvas sem visibilidade, que apesar de circularem com chuva mantêm velocidades perigosas até para tempo seco, etc.. Como eu, que tenho dois veículos porque é preciso sempre um operacional quando o outro vai á oficina ou se avaria repentinamente, haverão vários condutores, mas em todo o caso só conduzo um de cada vez, não me parece correcto ser obrigado a pagar dois seguros para ter um dos veículos sempre parado, a pergunta é: que acidente é que o meu carro parado pode provocar que obrigue a ter um seguro obrigatório de responsabilidade civil? Dantes havia o seguro de carta que era possível tirar, agora parece que só para motoristas profissionais, julgo eu. Poderão haver alguns entendidos que queiram arranjar os argumentos mais dispares para justificar isso, mas para mim o Estado está do lado das seguradoras no que respeita ao assalto desmedido dos nossos bolsos de proprietários de veículos. Aliás pelo que se percebe, em Portugal é muito mau ser-se proprietário do que quer que seja, porque, por tudo e por nada se tem que pagar pois para isso basta ter alguma coisa. São situações como estas atrás referidas e outras tantas que não vale a pena referir de momento que se pode instalar uma cultura de desagrado e de contrariedade contra o Estado e contra o País que faz com que os nossos jovens fujam para melhores paragens, por vezes ilusórias, os mais velhos já não tenham vontade de fazer nada e os que ainda fazem alguma coisa andem preocupados com a sobrevivência do dia-a-dia sem sequer pensarem ou, conseguirem ter, qualquer tipo de iniciativa. Os estragos que estas situações provocam são, a médio prazo, maiores que estas crises financeiras passageiras e são estas mesmas questões que fazem as crises demorarem demais a serem ultrapassadas. È por estas e outras razões que eu digo que para se poder ultrapassar esta crise envolve uma série de questões que são difíceis de, ao mesmo tempo, pôr em prática, mas vou continuar a reflectir sobre mais alguns outros assuntos que me parecem importantes para a solução do nosso problema sem querer pôr uns em primeiro ou em segundo lugar na importância uma vez que os mais importantes já foram referidos no início destas linhas.
O governo tem dado destaque á sua actuação na área da educação. Pois eu acho que sim, a educação é dos assuntos mais importantes, é nas escolas que se começa a traçar o futuro da nossa nação e pelo que está á vista actualmente, o nosso presente não foi bem pensado no passado quando se dedicaram aos problemas da educação pós 25 de Abril. Cometeram-se erros que hoje estamos a pagar por isso. A minha preocupação não é que o Sr. 1º ministro ache ou não importante a educação, que aliás tem demonstrado que se preocupa, a questão é que os métodos para resolução dos problemas não são os mais indicados e estamos a cometer erros que daqui a mais 20 ou 30 anos vamos estar, eu não, que provavelmente já cá não estarei, mas como dizia, vamos estar a sofrer as consequências. E para dar alguns exemplos só menciono dois, não por serem mais importantes mas sim porque calhou, os livros, que deveriam ser fornecidos pela escola para evitar os custos elevados todos os anos das famílias com esse encargo, e por outro lado, não menos importante o peso a que as nossas crianças são sujeitas a transportar às costas todos os dias e que com o tempo acabam por ter problemas de coluna que poderão vir a dar custos elevados não só no SNS como também em medicamentos para as dores e faltas ao trabalho no futuro o que prejudicará a produtividade global. Mas ainda falta falar na avaliação de professores com a qual, da forma como foi planeada, não concordo, dos meninos aos quais se lhes facilitam as passagens de ano porque assim não ficam traumatizados, a falta de auxiliares, o fecho de escolas mesmo quando ainda há um aluno que vai para aprender, a violência entre colegas e contra os professores, em resumo a falta de segurança. Portanto estou de acordo que a educação deve ser para todos mas já não estou de acordo quando é mais para uns que para outros. Sobre a educação ainda havia que falar sobre o porquê de ter-se um ou dois alunos numa classe de 20 ou mais alunos e que, pelos seus comportamentos não deixam os professores darem como deve ser as aulas além de prejudicar os outros que querem aprender e estar com atenção nas aulas, e ainda assim, não se pode enviar essa criança para outras classes com professores mais preparados para lidar com elas, em que tivessem apoio psicológico, que os pais sejam responsabilizados, ou ainda outra solução que neste momento não vou adiantar. Já houve quem me disse que qualquer destas soluções seria uma forma de descriminação, por amor de Deus, discriminação? Então e que digo eu das outras crianças que querem estudar e aprender, e dos professores que profissionalmente já têm um desgaste enorme e ainda têm que aturar a malcriadice de certos alunos sem poderem fazer nada? Isso arruma com os nervos de qualquer ser humano, será que não estamos a descriminar a maioria por causa de uma minoria que não respeita a maioria nem dos colegas, nem dos professores e ás vezes nem aos próprios pais têm respeito? Isto acontece porque uma grande parte dos pais pós 25 de Abril não souberam nem me parece que estejam a saber educar os seus filhos, o que me leva a pensar que, os próprios pais, ao serem responsabilizados pelos actos dos seus filhos nas escolas, deveriam eles mesmos serem obrigados a frequentar aulas de educação infantil/juvenil para aprenderem a educar os seus filhos.
Deixando por agora o tema da educação, passemos a outro tema também importante, a segurança.
Para o desenvolvimento tranquilo e sustentado de um país como o nosso, ou outro qualquer, é indubitavelmente necessário que haja segurança em geral, segurança na rua, segurança nas estradas, segurança para quem trabalha, enfim, SEGURANÇA. No seguimento destas linhas quero por agora debater a questão da segurança nas ruas. No que respeita á criminalidade a nossa segurança numa escala de 1 a 10 eu poria a nossa situação no escalão mais baixo talvez 2 ou mesmo 1, este é o sentimento que tenho em relação á segurança, e se calhar não seria o único a pensar assim, claro que na realidade estarei a exagerar até porque a nossa polícia apesar de todas as limitações com que é confrontada até que faz alguns milagres. Pena é que a justiça não acompanhe o esforço das nossas forças de segurança. Mas isso é outro tema que, apesar de estar intrinsecamente ligado tem que ser analisado á parte. No meu entender, a segurança é um tema que requer toda a nossa atenção porque na falta dela o nosso país pode-se tornar tão mau como qualquer país em guerra com a consequente fuga de capitais e potencial humano. Eu acredito que todas as forças políticas e o governo
têm interesse em que se mantenha um estado de direito na base de uma segurança democrática próxima do óptimo. Não vejo é que se tivessem tomado as decisões apropriadas e atempadas para que não tivéssemos que assistir ao Agosto calamitoso a que todos nós assistimos e ao que ainda estamos a assistir embora já em menor grau. Costuma-se dizer que o inferno está cheio de boas intenções, pois é o que eu digo da classe política governante, eles tinham vontade de resolver os problemas da segurança…mas não o conseguiram. Esse é o facto, agora não vale a pena deitar culpas para ninguém até porque ninguém se dá como culpado e todos sacodem a água do seu capote para cima dos outros. A culpa vem sempre de trás e é nesta mentalidade que vamos vivendo, deixando-nos disso, seria provavelmente mais fácil conseguir encontrar as fórmulas para se ultrapassar rapidamente esta situação. Por mim penso que seria bom investir nos aumentos de ordenados das nossas forças de segurança, mais apoios no caso de serem feridos no cumprimento do dever, e outros que a própria associação tem vido a pedir, isso iria criar uma maior moral e maior ânimo no cumprimento do dever. Melhores equipamentos quer em esquadras quer em armas quer ainda em melhores e mais veículos, etc.. Não serve de nada virem com números e estatísticas para nos confundirem que não é preciso ser-se muito informado para se saber que os carros estão velhos, muitos estão parados á espera de poderem ser reparados, em alguns casos quando sai um carro a esquadra fica sem nenhum de reserva e não vale a pena querermos esconder esse facto. È certo que o governo já fez alguma coisa, mas o que me irrita é ver que quando se faz alguma coisa mesmo que pouca, já é muito e por outro lado avança-se logo para o habitual confronto dos números para provar que antigamente estávamos pior, mas afinal para que é que um governo é eleito, não é para fazer melhor que o anterior? Então para quê tanta gabarolice quando se faz alguma coisa que apesar de já ter sido necessária há mais tempo ainda sabe a pouco? O que interessa é que é preciso mais polícia, polícia de investigação e polícia de proximidade de preferência, para isso a polícia necessita de maiores incentivos para atrair novos e capazes elementos, de esquadras perto das zonas de maiores focos de insegurança para apoio rápido caso seja necessário, e não serve de nada ter esquadras para depois estarem lá apenas um elemento porque os outros ou estão de baixa ou pura e simplesmente nem sequer existem, ou ainda estão nas secretarias a preencher papéis. È preciso melhores comandantes que não mandem dar cacetadas por tudo e por nada quando é enviada para controlar uma manifestação de trabalhadores que protestam para receberem os seus salários. O que se pretende é uma polícia que não tenha medo de disparar uma arma quando apanha um criminoso em flagrante delito ou que, tendo sido instado a parar ainda tente atropelar o agente da autoridade, sem que este esteja preocupado se a sua carreira vai ou não sofrer com isso, primeiro porque, se é um agente da autoridade já tem que ter licença para atirar e depois, porque em última análise a vida dele pode correr perigo. Na América quando o crime ficou descontrolado em Nova York o mayor dessa cidade só conseguiu travar
a criminalidade que estava altíssima quando apoiou a polícia sem restrições no cumprimento do seu dever. Aqui a nossa polícia ainda tem que pedir por favor ao criminoso que fuja para ele não o ter que prender senão acaba por ter uma série de horas de papeladas e antes que ele termine o expediente já o criminoso está de volta para mais uns assaltos ou praticar outro tipo de crimes quaisquer, solto por um qualquer juiz. Quero dizer com isto que além de tudo o resto também é necessário aligeirar a burocracia a que a polícia está sujeita sempre que prende um criminoso. Assistimos e continuamos a assistir a operações por todo o país, para uns é exagerado para outros até que fazia falta, bom em que é que ficamos é mau ou é bom? Na minha opinião dadas as circunstâncias não temos mais remédio que aturar esse tipo de actuação, quem não deve não teme, mas por outro lado senti como se nos tivessem tornado a todos os que pelo menos conduzem automóveis suspeitos de qualquer coisa, mais parecia que estávamos a viver aqueles tempos em que havia recolher obrigatório e em que até á saída dos cinemas éramos confrontados com cordões de tropa que nos revistavam e pediam documentos a todos. E quando digo que nos tornaram suspeitos de qualquer coisa é porque, sem razão aparente, somos mandados parar e somos fiscalizados, eu por exemplo não ando baixo de investigação de nada que eu saiba, a matrícula do meu carro não está referenciada como roubada, a minha condução não supõe qualquer ameaça á segurança rodoviária mas ainda assim posso ser mandado parar numa operação stop para ser fiscalizado no intuito de me apanharem nalguma distracção, portanto assim sem mais nem menos eu e mais uns milhares de condutores, por causa das medidas que não foram tomadas atempadamente para não deixar a criminalidade subir desmesuradamente, fomos tomados de suspeitos de algum crime no maior desrespeito das liberdades individuais. Como disse aprovo em última instância a actuação da polícia porque de facto não havia outra forma de rapidamente dar uma clara imagem de força e de presença da polícia para, não só dar tranquilidade aos cidadãos como também para que o criminoso pudesse sentir que já não ia ser tão fácil continuar na senda do crime. Ainda tem servido para uma coisa que julgo que há muito tempo também era necessária que é a fiscalização dos emigrantes ilegais que só estão cá para viver do crime ou de outro expediente qualquer, desses emigrantes que vivem do crime, não precisamos.
Embora eu ache, como atrás referi, que precisamos de políticas comuns a nível Europeu, por enquanto julgo ser urgente tomar algumas iniciativas a nível Nacional no que respeita á nossa economia no intuito desta ajudar o nosso país a ultrapassar a crise em que nos encontramos. Uma dessas medidas não passa com certeza de ter governantes que levam empresários ao estrangeiro e se calhar com os gastos pagos por todos nós para que os mesmos encontrem oportunidades de investimento no estrangeiro. Por favor, o que nós precisamos é de empresários que apostem no nosso país e de preferência que sejam Nacionais, para não levantarem asas facilmente, quando as coisas se complicam, deixando por resolver os problemas do desemprego criado pelo fecho das suas empresas. Portanto, seria desejável apoios concretos não só para quem quer iniciar uma actividade que possa criar postos de trabalho e que seja legal, como também para quem ainda, mesmo que com dificuldades, se mantém e quer continuar a lutar por manter a sua empresa a funcionar, de preferência com lucros, mesmo que pequenos, porque numa empresa do tipo familiar que possa dar de comer a duas pessoas por exemplo, são menos dois subsídios de desemprego que é preciso dar e no caso dessa empresa poder progredir outros postos de trabalho poderão vir a existir. Digo isto porque o Estado tem muito a mania de subsidiar o que quer que seja mesmo que sejam firmas que não dão lucro e pelo contrário dão milhões de prejuízo, com o objectivo de defender os postos de trabalho. O problema é que nem sempre vale a pena e isso é uma questão que tem de ser bem estudada. Ou são os gestores/administradores que não servem ou é a empresa que tem de ser reconvertida, o que pode provocar algum desemprego que, por sua vez, pode ser absorvido por um aumento de empresas que iniciam a actividade ou por aquelas que, com ou sem apoios, aumentem o nº de colaboradores.
Convinha também que se aumentasse a promoção dos nossos produtos no mercado estrangeiro, aproveitando para isso a nossa influência em zonas de comunidades de portuguesas assim como a possibilidade que se poderia ter do desenvolvimento do trabalho dos adidos comerciais das nossas embaixadas ou consulados. Haverão mais algumas ideias que eu próprio defendo já há alguns anos para que se consiga este objectivo de aumentar as exportações portuguesas, em todo o caso nenhuma delas passa por levar os nossos empresários para o estrangeiro na procura de novos investimentos, nem tão pouco por acordos com países com os quais não tenhamos quaisquer reais possibilidades de retorno económico. Que eu saiba não somos um país rico para fazermos acordos de ajudas a troco de nada, principalmente quando depois vejo outros países irem buscar as benesses que possam haver desses países com os quais mantemos acordos de ajudas. Muito mais há por dizer e reflectir mas, por agora, fico por aqui.
Haverá outras questões que, a seu tempo, reflectirei no papel a minha opinião, se é que algum dia irá servir para alguma coisa.
Temas como a saúde, a sinistralidade nas estradas, a pedofilia, o aborto e o direito á vida, os casamentos homossexuais, as adopções de crianças pela comunidade gay, a agricultura, as pescas, as forças armadas, as pensões dos idosos, as avaliações de professores, os subsídios por tudo e por nada, etc., são tudo temas que podem, por si só, ser objecto de reflexão e proporcionar opiniões diversas, a seu tempo, de cada uma, darei a minha, até porque, estou todos os dias a ouvir notícias que me levam a ter vontade de escrever (tenha eu tempo e estímulo para tal) sobre esses mesmos temas noticiados e por isso novos temas vão surgindo.

Armindo Cardoso
CDS/PP ODIVELAS
Intervenção na reunião de Câmara no seguimento da anterior intervenção em Fevereiro.

Exma. Srª. Presidente, Srs. Vereadores/as, comunicação social, restantes cidadãos presentes.
Boa tarde.

A minha intervenção de hoje, 21 de Abril de 2010, prende-se pelo facto de, ao ter sabido da implementação que a Câmara vai dar ao nº de elementos (corpo não docente) na categoria de auxiliares nas escolas, querer agradecer em meu nome, e creio podê-lo fazer também em nome de todos os pais deste Concelho, por esse facto, denotando por parte da Câmara e de todo o executivo, uma consciência atenta relativamente ao grave problema que se tem vivido dentro das nossas escolas.

Não posso porém deixar de salientar, que muito mais este executivo poderá fazer, para melhorar o ambiente dos nossos filhos e dos professores dentro dos estabelecimentos escolares, bem como fora deles.

É nesse contexto, que peço que me permita, mais uma vez, como já o fiz na anterior reunião de Câmara do dia 24 de Fevereiro de 2010, insistir noutras preocupações que me afectam, nomeadamente a questão da Polícia Segura e de proximidade, pedindo que, a Câmara e em particular este executivo, na pessoa de V.Exaª., se digne promover todos os contactos com as autoridades competentes, que possam facilitar a vinda de mais efectivos e meios para a Polícia Segura bem como para a PSP, com o objectivo destas instituições poderem desempenhar com maior eficácia o seu dever profissional.

Gostaria ainda de sugerir que, nas entradas/saídas das escolas, poderiam ser bons lugares para a Câmara implementar a videovigilância com a esperança de poder ser um meio dissuasivo.

Para terminar, não tendo a intenção de imiscuir-me dentro dos serviços da Câmara, apenas quero referir que seria desejável, que os serviços de fiscalização e o departamento de obras fossem mais rigorosos na actuação das suas intervenções, no âmbito da fiscalização dos projectos e das obras que esta Câmara e este executivo promovem, a fim de se evitarem situações desagradáveis no futuro e com custos por vezes elevados, ao nível da funcionalidade dos equipamentos, neste caso específico, equipamentos escolares.

Agradeço desde já a atenção que queiram dar a esta minha intervenção, e termino desejando a todos a continuação de bons trabalhos.

Armindo Cardoso.

terça-feira, 20 de abril de 2010

PROGRAMA ELEITORAL AUTÁRQUICAS 2009 ODIVELAS
Este era o programa que eu estava a preparar para apresentar a eleições, independentemente da ordem das opções programáticas que se poderia escolher - antes do fecho do acôrdo de coligação -.
INTRODUÇÃO
O programa eleitoral que o CDS/PP Odivelas apresenta à apreciação e à decisão dos eleitores Odivelenses nas eleições autárquicas 2009, baseia-se nas linhas gerais das opções programáticas do CDS/PP.
Este programa significa um compromisso do CDS/PP de Odivelas para com todos os Odivelenses. São expostas as nossas opções políticas que consideramos essenciais para um caminho com futuro no nosso Concelho.
Saberemos lutar por este conjunto de ideias, projectos e propostas, com a força da nossa convicção e a eficácia que os votos nos derem. Acreditamos num futuro melhor.
Porque acreditamos que o futuro pode ser melhor para o país e para todos os Odivelenses, não nos cansamos de lutar e de combater por um país melhor e mais desenvolvido, mas também mais justo e solidário, por isso, saberemos assumir as responsabilidades que nos forem confiadas pelo voto nas urnas e não fugiremos às dificuldades.
Como alguém já disse “ A política faz-se com alma, com verdade e com valores e só assim, é possível governar com proveito para o país”. Por isso, a única promessa que faremos, é a de que trabalharemos tanto quanto nos for possível, para levar a bom porto as propostas e os valores que defendemos neste programa eleitoral.
Armindo Cardoso
Presidente da C.P.C de Odivelas do CDS/PP


OPÇÕES PROGRAMÁTICAS
Os candidatos do CDS/PP nestas autárquicas 2009 comprometem-se a defender as seguintes opções de política autárquica no Executivo, na Assembleia Municipal, nas Assembleias de Freguesias e fora delas:

1 Defesa da moderação da política fiscal municipal.
Sabemos que, por exemplo, relativamente ao I.M.I. que temos no Concelho de Odivelas, a taxa é a mais alta permitida por lei.
As propriedades em geral pagam impostos na aquisição, os proprietários já pagaram os seus impostos relativos ao dinheiro que ganharam e eventualmente impostos sobre os rendimentos que o mesmo tenha originado, caso tenha havido conta poupança ou outros meios, aforros, títulos do Estado, acções, etc., pagam impostos de cada vez que são obrigados a obras de recuperação ou de beneficiação, pagam as taxas de resíduos sólidos e de esgotos, estão sujeitos às flutuações do valor de mercado da propriedade caso queiram vender, não se justifica portanto, uma taxa tão elevada para que um cidadão possa permanecer naquilo que é seu.
Para que o I.M.I. seja actualizado com um aumento do mesmo é fácil, mas se houver alguma alteração que possa justificar uma baixa no mesmo imposto, torna-se impossível alterar a situação, no mínimo consideramos uma situação injusta para quem, muitas vezes leva uma vida inteira para conseguir poder dizer que tem uma casa própria. Por outro lado, uma redução nos impostos Municipais, não só atrairá mais jovens casais a fixarem-se e a criarem raízes nas diversas freguesias do Concelho como também atrairá empresas ao Concelho criando postos de trabalho, o que, obviamente, contribuirá para o engrandecimento e riqueza do Município e aumentar o orgulho de ser Odivelense.
Por isso propomos:

A- Redução do I.M.I. para todas as habitações próprias.
B- Alterar naquilo que a lei torne possível, os critérios de avaliação, para efeitos de taxação, das propriedades que sejam 1ª habitação.
C-Incentivos fiscais e taxas menos pesadas em benefício das famílias numerosas a viverem no mesmo agregado familiar.
D-Incentivos fiscais para as empresas que se queiram estabelecer no Concelho e que criem postos de trabalho.
2–Defesa de umas finanças locais equilibradas com toda a transparência e rigor.

Todos sabemos, que a Câmara Municipal de Odivelas, debate-se com bastantes dificuldades financeiras e não são só provocadas pela crise actual.
Já há bastante tempo que se sabe da existência de um “buraco” financeiro deixado por executivos anteriores.
Apesar de reconhecermos que tem havido algum esforço no combate ao mencionado “buraco” financeiro, consideramos que mais há a fazer.
Por isso propomos:
A- Exigir que se torne público o estado das finanças locais, para que todos os Odivelenses saibam a extensão do problema.
B-Pedir que seja feita uma auditoria independente às gestões anteriores, caso se venha a justificar a necessidade da mesma.
C-Lutar com toda a convicção contra o desperdício, facilitismo e o favoritismo, procurando uma política orçamental virada para a contenção nos gastos em tudo o que não seja urgente e de 1ª necessidade.
D-Criar uma ordem de prioridades nos investimentos Autárquicos que tenha como princípio o objectivo das necessidades urgentes dos Odivelenses.

3 –
O CDS/PP em Odivelas não dará, por princípio, apoio á proliferação de empresas Municipais e será exigente no pagamento atempado das dívidas da Autarquia.

Como se sabe não é aconselhável criar empresas Municipais por qualquer razão. Estas podem ser um foco de interesses partidários, de despesas e de dívidas que poderão pôr em causa outros investimentos que poderão ser mais urgentes e necessários para o benefício e o bem-estar dos Odivelenses em geral.
Por isso propomos:

A- Ter sempre muito cuidado na apreciação de qualquer proposta que leve á criação de mais empresas Municipais.
B- Ser exigente com a gestão das que existem de forma a que não possam servir para o clientelismo.
C- Procurar por todos os meios que as empresas Municipais, existentes ou que venham a existir, sirvam de facto os interesses de todos os Odivelenses, criando postos de trabalho entre a real população desempregada e originando acréscimo da riqueza do município.
4 – Procuraremos aumentar o apoio á acção social da Autarquia.

Uma das coisas mais urgentes nos dias que correm é ampliar a acção social a cargo da Autarquia e implementar nalguns casos específicos o que se tem vindo a fazer, é de facto uma das primeiras prioridades.
A crise, o desemprego, a solidão, a 3ª idade, os jovens, a proliferação da droga e da delinquência juvenil, requerem mais atenção por parte das autoridades do Município.
Por isso propomos:

A- Implementar protocolos com instituições vocacionadas para o apoio á exclusão social bem como procurar a forma de se criar uma nova unidade de apoio e internamento para deficientes profundos.
B- Apoiar a acção de solidariedade das paróquias.
C- Ampliar e alargar o apoio á 3ª idade, criando grupos de trabalho para fiscalização à forma como são tratados nas instituições e fora delas, com o intuito de se encontrar soluções melhoradas aos problemas que se verifiquem.
D- Fomentar o voluntariado de reformados e não só, para os centros de dia de idosos e para visitas personalizadas aos idosos em estado de solidão assim como outras funções de interesse social.
E- Implementar protocolos com instituições vocacionadas para o tratamento de toxicodependentes.
F- Criação de um gabinete autárquico vocacionado para funcionar como uma bolsa de emprego para, conjuntamente com as empresas locais, constituir um forte contributo para o combate contra o desemprego assim como um apoio aos empregadores colaborando com os centros de emprego locais.
G- Alargar e implementar apoios específicos que ajudem a dignificar o movimento escutista do Concelho de forma a que este possa despertar e proporcionar maior interesse nas suas actividades aos jovens Odivelenses em geral.
5 – Seremos mais exigentes com o ambiente.

Hoje em dia o tema do ambiente tem levado a diversas discussões e preocupações, os problemas são diversos e todos estão a contribuir para que a nossa qualidade de vida sofra uma degradação. A falta de medidas atempadas e necessárias a uma boa gestão na área do ambiente tem provocado alguns dos efeitos nefastos que temos vindo a tomar conhecimento:
- Lençóis de água contaminados.
- Lixo espalhado por todo o lado.
- Poluição do ar que provoca cada vez mais alergias nos jovens.
- Buraco do ozono para o qual todos contribuímos um pouco.
- Cursos de água com diversos problemas de contaminação.
- Falta de espaços verdes.

Por todas as razões existentes nesta matéria tão importante para o presente e futuro do bem-estar das populações, comprometemo-nos a implementar e fomentar uma gestão autárquica eficiente com o objectivo de criar uma melhoria nas boas práticas ambientais.
Por isso propomos:

A- Acordos de colaboração com outras autarquias de molde a criar uma base de dados para gerar informação útil na procura de soluções para os diversos problemas comuns e poder partilhar experiências entre autarquias.
B- Não aprovar qualquer implantação de iluminação pública sem antes estarem estudadas todas as possibilidades de serem utilizados aparelhos de iluminação através de energia solar.
C-Fomentar a criação de uma unidade de transformação de óleos residuais para transformação em bio-diesel com o objectivo de procurar reduzir as emissões de CO2 por parte dos veículos da frota autárquica, numa primeira fase e numa segunda fase ampliar esse objectivo a toda a frota das freguesias. Como objectivo secundário, mas não menos importante, procurar através da produção própria de combustível (bio-diesel) diminuir os custos com o abastecimento das frotas, não esquecendo que também servirá como modelo de exemplo para a população em geral.
D-Ampliar a rede actual de ilhas ecológicas, estendendo-as a todas as freguesias em maior número.
E-Promover campanhas de sensibilização á população em geral para que se empenhem na manutenção e defesa da limpeza do seu Concelho.
F-Resolver todos os diferendos relativos ao assunto dos SMAS com o Concelho de Loures, de forma a ser a autarquia de Odivelas a gerir a recolha dos resíduos sólidos.
G-Requalificar o Pinhal de Famões de forma a se tornar um lugar de lazer com todas as infra-estruturas necessárias para o bem-estar da população Odivelense e para quem nos visita, sem esquecer as crianças, criando para o efeito um parque infantil digno do nosso Concelho.
H-Promover a instalação de uma unidade de energia solar no Concelho para produção de energia própria, quer apenas por investimentos autárquicos quer por parcerias com entidades privadas. Os estudos a serem feitos para cada caso determinarão e aconselharão o melhor para a autarquia.
I-Relativamente aos espaços verdes, continuaremos a apoiar o aumento do nº de construção dos mesmos, no entanto, não esqueceremos que uma das razões para os mesmos serem feitos é o lazer e o bem-estar da população em geral, por isso, em todos os futuros investimentos, teremos o cuidado de analisar a qualidade de utilização versus investimento que se lhes pode dar, tendo em conta que as crianças e os jovens, também são parte integrante da população do Concelho.
J-Ter uma melhor atenção com a fiscalização dos cursos de água, para que a sua limpeza seja feita em tempo útil, com o objectivo de não deixar que os detritos que se vão acumulando ao longo das semanas e meses, possam provocar demasiados estragos no tempo das chuvas.
K- Continuar a retirar os veículos abandonados das ruas de domínio público com maior rapidez, de forma a evitar a poluição dos locais limítrofes por peças enferrujadas, fugas de óleos, baterias deterioradas que podem dar fugas de ácidos corrosivos, etc., tendo como outra vantagem a libertação de espaços para estacionamentos.
6 – Daremos importância relevante à qualidade urbanística do Município e seremos particularmente sensíveis á preservação da identidade histórica do Concelho e em particular das freguesias.

Todos sabemos que o estudo aprofundado e a defesa de uma boa qualidade urbanística é meio caminho andado para a defesa de atentados quer ao património cultural, quer ao património territorial e ambiental e que permite adaptar da melhor maneira o habitat urbano às necessidades do ser humano e ao mesmo tempo, procura regular os processos pelos quais se deve orientar o desenvolvimento do tecido urbano, etc..
Por isso propomos:

A- Pressionar as entidades envolvidas no processo do P.D.M., para que este seja concluído com a maior brevidade possível e com a qualidade que o Concelho de Odivelas merece.
B- Não aprovar nenhum grande projecto sem a conclusão e aprovação do P.D.M. pelo qual nos teremos que regular.
C- Dar os apoios necessários para a recuperação e manutenção do nosso património histórico.
D- Apoiar a implementação de projectos de infra-estruturas modernas de serviços, de actividades culturais e desportivas sem que as mesmas ponham em perigo o património histórico do Concelho ou colidam com os interesses da população local.
E- Promover a interacção entre o Município e as Freguesias na procura de consensos relativos ás obras de qualquer infra-estrutura que esteja prevista ser executada dentro do espaço físico da cada Freguesia.

7 –
Teremos particular atenção às possibilidades criadas pela descentralização do sistema educativo, procurando melhorar a vivência da comunidade escolar e seus familiares.
Por isso propomos:

A- Aumentar urgentemente as intervenções ao nível do equipamento escolar, reformando e reconvertendo, assim como, dentro do possível, aumentar o nº de salas de aulas.
B- Promover campanhas de sensibilização em conjunto com as associações de pais e direcções escolares com o objectivo de levar a um maior empenhamento e responsabilização dos encarregados de educação no desenvolvimento curricular e comportamental dos alunos.
C- Alargar o apoio, sempre que possível, aos pais com fracos recursos financeiros, para a compra dos livros escolares e material didáctico.
D- Apoiar as Associações de Pais, contribuindo com formas de preenchimento dos tempos livres das crianças dos Infantários e das Escolas do Ensino Básico que pode passar por apoiar a existência de protocolos com os diversos clubes e associações desportivas da região com o objectivo de criar diversas actividades que poderão passar por actividades artísticas, desportivas ou outras com a preocupação principal de contribuir para afastar os nossos jovens do abandono familiar e dos gangs de rua, que provocam a delinquência juvenil.
E- Reconverter a rede de infantários e seus horários de funcionamento de forma a melhor ajudar os jovens casais no desempenho profissional e familiar.
F- Promover através das freguesias, centros de saúde, direcções escolares e associações de pais apoios continuados de ajuda, na vertente psicológica, aos alunos com maiores dificuldades de adaptação comportamental e curricular, não esquecendo o apoio que os encarregados de educação possam precisar para lidar com as dificuldades dos jovens alunos em risco no que concerne ao abandono escolar.

8 –
Não deixaremos de lutar por uma melhor saúde.

Sabemos que o tema da saúde é um assunto difícil de solução para a autarquia, pois não depende directamente dela para que se possa ter mais e melhores médicos, mais e melhores equipamentos de saúde, mais centros ou Hospitais, no entanto, sabendo o quão necessário é ter uma rede eficiente de cuidados de saúde que sirvam eficazmente os utentes do Conselho, propomos:

A – Vigilância regular aos centros de saúde do Concelho, ouvir as queixas dos utentes, para monitorizar os problemas existentes recomendando e exigindo às autoridades competentes a sua solução.
B – Não deixar cair no esquecimento a construção do Hospital regional prometido há vários anos.
C – Não parar de questionar as autoridades competentes quanto ao não cumprimento da promessa de construção do Centro de saúde da Ramada.
D - Não permitir que se fechem serviços de saúde sem antes haver uma adequada oferta de alternativas acessíveis.
9 – Daremos toda a atenção possível ao problema da mobilidade e dos transportes do Concelho e para isso propomos:

A-Fazer tudo o que for possível para que se consiga voltar a ter a carreira de autocarros nº 36 que tem vindo a ser reclamada por uma grande parte da população de Odivelas.
B-Procuraremos que seja ampliada a rede de autocarros nas diversas zonas do Concelho onde mais falta fazem, nomeadamente na freguesia de Famões.
C-Encontrar com as entidades competentes a solução para eliminar o estreito na entrada de Caneças o mais breve possível.
D-Lutar para que o traçado da rede do Metropolitano se expanda ao longo do Concelho.
E-Reordenar os espaços públicos no que concerne aos estacionamentos automóveis de forma a aumentar o nº de lugares disponíveis.
F-Procurar, em parceria com entidades privadas ou não, que se construam silos para parqueamento automóvel, onde for possível e houver maior necessidade.
G-Daremos particular atenção aos problemas relativos á segurança rodoviária, especialmente aos peões, criando para o efeito um grupo de trabalho que fará um levantamento por todo o Concelho em que se irá identificar os problemas relativos a passadeiras mal colocadas e pouco visíveis, sinais de trânsito mal colocados e em mau estado de conservação, sinais toponímicos que façam falta, ilegíveis, em mau estado de conservação, paragens de autocarros em cima de passadeiras ou muito próximo de curvas, etc. para que seja possível promover a sua substituição ou alteração.
10 – A segurança no nosso Concelho será uma das nossas grandes preocupações.

Como todos sabemos a segurança individual e colectiva de uma sociedade é importante para que os cidadãos possam usufruir dos benefícios que a democracia nos brinda no que respeita ás nossas liberdades. Por isso propomos:

A-Negociar com as autoridades competentes a criação da Divisão da P.S.P. do Concelho de Odivelas.
B-Continuar a exigir um maior número de agentes da autoridade em serviço permanente no nosso Concelho.
C-Fazer todos os acordos possíveis com as autoridades competentes que permitam a construção de novas esquadras da P.S.P. no Concelho.
D-Implementar os protocolos existentes com o objectivo de aumentar e melhorar a prestação do programa escola segura perto das escolas.
E-Apoiar todo o tipo de programas que possam originar a implementação do conceito de polícia de proximidade.
F-Estudar e apoiar todas as ideias e hipóteses que levem á criação da Polícia Municipal.
G-Apoiar a implementação de videovigilância em escolas e em outros lugares públicos em que a mesma se justifique para garantir o direito dos cidadãos á segurança e liberdade.
H- Lutar dentro do possível e ao abrigo das competências do Município, para que as corporações policiais e de bombeiros assim como a protecção civil, tenham todos os meios necessários para dignificação das suas profissões e para o melhor desempenho das suas funções.
11 – Procuraremos implementar rodos os meios que possam criar oportunidades para aumentar o número de empresas no nosso Concelho.
Nesta fase em que a crise se agudizou e que o emprego é um bem escasso, torna-se de uma importância vital que se possa atrair para dentro do espaço físico do nosso Concelho novas empresas industriais, de serviços e comércio em geral, que possam trazer uma mais-valia em postos de trabalho e em riqueza gerada. Por isso propomos:

A - Fomentar uma política fiscal autárquica que contemple benefícios fiscais a todas as empresas que se instalem de novo no Concelho e que empreguem cidadãos que venham das listas do desemprego.
B –Procurar com as diversas associações de comerciantes formas de criar um dinamismo real que leve os habitantes residentes e não residentes a fazerem as suas compras na área do nosso Concelho.
C- Procurar lugares mais adequados e com melhores infra-estruturas para alguns dos mercados e feiras do Concelho, que actualmente não têm o mínimo de condições, quer para quem os visita quer para quem promove o seu comércio, fomentando com isso um maior interesse por parte dos consumidores e atrair mais comerciantes de qualidade.
D- Criar licenciamento adequado e locais próprios para a venda de veículos automóveis na via pública. Pretende-se com esta medida travar e controlar a proliferação do número de veículos que se encontram espalhados por todo o Concelho em venda na via pública sem qualquer regra, ocupando espaços físicos de estacionamentos para moradores e não só.
12- Aumentar a identidade e o Orgulho de ser Odivelense.
A-Dar importância aos produtos da região. Para tal procurar-se-á fazer parcerias com as empresas produtoras desses produtos no intuito de ajudar á sua promoção e valorização.
B-Apadrinhar e incentivar todas as iniciativas institucionais ou privadas que possam favorecer a divulgação do Concelho de Odivelas como um Concelho a visitar.
Este programa é um compromisso com os eleitores Odivelenses.
Acreditamos no futuro de Odivelas. “A política para nós faz-se com alma, com verdade e com valores. Só assim é possível governar com proveito para o país”.
Comissão Política do CDS/PP de Odivelas
Texto escrito em Abril de 2006, inserido num outro mais amplo, globalmente denominado “Preocupações de Sempre” e que, pelo que actualmente percebo poderia ter sido escrito hoje.
EDUCAÇÃO
A educação é a base do futuro de um povo.

Um povo bem-educado e esclarecido é um povo com futuro, é um povo com melhores possibilidades de encontrar as respostas adequadas aos desafios com que no futuro nos vamos encontrar.
Com uma boa formação educacional de base, a partir das escolas primárias, a par de uma melhoria da aplicação efectiva da disciplina dentro das escolas, ao mesmo tempo que se organiza melhor os tempos livres dos jovens, com actividades de diversa índole, nomeadamente actividades físicas e melhores condições para a prática, tanto do ensino, como dessas actividades extra-curriculares, iríamos com toda a certeza ter um decréscimo do abandono escolar que, por sua vez, iria proporcionar uma maior qualidade de candidatos às universidades e que assim, poderia contribuir para uma classe político/profissional mais esclarecida e mais bem preparada.
A par disso, também tiraríamos dividendos de um melhor relacionamento entre cidadãos que não este que se verifica actualmente, jovens que não respeitam os mais velhos, condutores que não respeitam os peões e os outros condutores, vizinhos que se agridem verbalmente e não só, qualquer discussão serve logo para se entrar em agressões físicas e verbais com ofensas graves, adeptos de futebol que, em vez de irem ao futebol para passarem um bom bocado, vão apenas para serem inconvenientes nas expressões que usam e, se der para isso, para uma boa confusão de pancadaria, etc., etc..
Infelizmente vejo pouco investimento na nossa educação, há trinta e dois anos que está a piorar, cada vez há mais abandono escolar, os alunos chegam às universidades com notas cada vez piores e pior ainda que as notas, com uma falta de conhecimentos que até assusta.
Os professores não são estimulados para uma boa prestação da sua função profissional.
Qualquer pessoa que tenha um curso e não tenha emprego na sua área vai para professor, mesmo que não tenha vocação para isso.
Os professores cada vez mais sentem-se intimidados pelo medo que certos alunos criam nas escolas.
As aulas são destabilizadas, às vezes, por apenas um ou dois alunos que, pelo seu comportamento, tiram o rendimento á classe em geral, mas mesmo assim, os professores estão limitados, assim como os concelhos escolares, nas acções punitivas a aplicar em situações semelhantes, enfim, há todo um conjunto de situações urgentíssimas que há que resolver antes que seja tarde e tenhamos professores ou alunos assassinados dentro das escolas pelos próprios alunos delas.
Já aconteceu noutros países, será que é à espera disso que nós estamos para se poder vir á televisão e dizer que chegou a hora para se fazer alguma coisa?
Nessa altura não faltarão políticos de ocasião que saiam cá para fora a clamar por mais segurança nas escolas e ficarem do lado dos professores e dos alunos vitimados.
Não esqueçamos que foi por se ter começado com um desleixo exagerado da educação, da segurança nas escolas em particular e na sociedade em geral, que trinta e dois anos depois demos lugar a uma geração de pais que não estão sabendo como educar e muitas vezes nem se preocupam com a educação dos seus filhos, pelo que, está originando uma sociedade, da qual não me orgulho de fazer parte, e que tem todos os problemas inerentes e consequentes dessa irresponsabilidade governativa de todos estes anos, tais como: criminalidade juvenil, abandono escolar, uma geração egoísta virada para uma sociedade de exagerado consumo sem que, para isso, tenha possibilidades, endividando-se frequentemente (com maus alunos a matemática que não sabem fazer contas…), sem valores familiares, condutores desenfreados e suicidas que se desgraçam a eles e aos outros que não têm culpa das suas irresponsabilidades (com escolas de condução que o que pretendem é facturar cada vez mais, entregando a carta de condução a qualquer um… ), são tudo questões que também passam por uma boa formação educativa a começar logo nas primárias.
Muito mais se pode dizer que é culpa de uma má educação.
Lembro-me, já lá vão uns anos, de um político que chegou a formar governo, a sua paixão era a educação, pois bem, ele falou música para os meus ouvidos, a educação devia ser, de facto, a paixão de todos nós, mas, infelizmente, como tudo o que se devia fazer, não passou de intenções e, por isso mesmo, continuamos a remar contra a maré.
Podiam-se tirar exemplos que estão a correr bem noutros países como, por exemplo, na Coreia do Sul, um país que ficou devastado pela guerra entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul nos anos 50, conseguiu, com uma aposta forte na educação, criar uma geração actual forte em conhecimentos, preparada para enfrentar o difícil futuro que se avizinha e conseguiu uma industria que exporta para quase todo o mundo, criando riqueza e emprego para os seus cidadãos.
Este seria um exemplo a estudar, mas há outros, o importante é que se tenha vontade política de aplicar devidamente o pouco dinheiro de que dispomos e que ainda por cima vem de “esmolas” a título de subsídios dos nossos parceiros da Europa que, por sua vez, são provenientes dos contribuintes desses estados e, por essa razão, deveríamos ter vergonha de cada vez que mal gastamos esse dinheiro, sem de facto, criar as condições bases para um futuro mais risonho, do que aquele que actualmente temos.
Quando era miúdo, lembro-me do meu pai culpar o Salazar pelos males que o país atravessava, bom, o Salazar já não está cá desde 68, o Marcelo Caetano, visto como um seguidor das políticas Salazaristas já não está cá desde 74, e agora de quem é a culpa?
Dantes ainda podíamos culpar alguém que, apesar de todos os defeitos se sabe que não roubou o Estado enriquecendo às custas do mesmo, mas… e agora, a quem culpar? Todos se enchem e ninguém assume as culpas.
A culpa neste momento é difícil de identificar, ela é como a fama do “Constantino”, já vem de longe.
Mas não basta deitar as culpas ao aumento do petróleo e á guerra do Iraque, não basta dizer que somos muito pequenos e que apenas podemos ir a reboque da instabilidade internacional.
Muita coisa pode ser feita apesar do erário público não estar em boa forma, e uma das coisas, é começar por cortar nas despesas para se poder investir naquilo que, de facto, é essencial.
Por último, deve-se educar também muitos dos pais, para que respeitem eles próprios as regras das escolas e não dêem maus exemplos aos seus filhos quando, por qualquer razão, desautorizam os professores e, algumas vezes, até ameaçam os mesmos, quando estes têm que chamar os seus filhos á atenção ou castigar, devido a maus comportamentos com os seus colegas, ou até, com os próprios professores.
Este é, também, um assunto que merece a atenção urgente, pois o exemplo que transmitem aos filhos, ainda pequenos, é o da impunidade, e de que, os meninos coitadinhos, podem fazer o que quiserem, que os papás não deixam que sejam castigados, pois castigos, só eles, como pais, é que dão e, depois, muitas vezes nem os sabem dar ou nem sequer os dão, ficando, não raras vezes, os comportamentos menos próprios, dessas crianças, completamente impunes.
Por mim, os pais que quisessem que os seus filhos estivessem numa determinada escola, teriam que se sujeitar, tanto eles como os seus filhos, às regras emanadas pelo concelho disciplinar dessa mesma escola.
Não é a DREL que, dos seus gabinetes em Lisboa, vai conseguir emanar regras para todas as escolas porque, depende da direcção que a escola tiver, depende da zona onde essa escola está inserida e, só quem lá trabalha, é que sabe como gerir as diferentes situações que se apresentam no dia-a-dia, por último, cabe também uma palavra às associações de pais e, não é disparatado dizer, que também às autarquias.
Como atrás referi, a paixão pela educação devia ser de todos e envolver todos.

Armindo Cardoso
CDS/PP de Odivelas
Texto escrito a 13 de Março de 2010

Andaram a brincar com a segurança dos nossos filhos.

Foram vários anos a falar sobre a segurança, a educação, sobre segurança dentro e fora dos estabelecimentos escolares; Ficava perplexo por ouvir dizer, sempre que acontecia qualquer novo caso relacionado com o tema, que eram apenas casos pontuais e que, a taxa percentual de acontecimentos de indisciplina e de violência no universo escolar estava abaixo, relativamente, ao que se verificava noutros países da Europa.
Que pena a segurança e bem-estar dos nossos filhos, não tenham sido mais do que números e taxas percentuais, para ficarem bem nos discursos políticos de ocasião.
Hoje vejo, finalmente, uma Ministra, ainda que de um Governo PS, a admitir a existência dos problemas (só se pode emendar um erro ou resolver um problema, se tivermos a consciência de que ele existe) e que vai tomar providências para inverter a escalada de violência, anunciando, sem mais demoras, algumas medidas, ainda que, pelo menos por agora, somente medidas avulsas.
Infelizmente, não posso deixar de referir que, só acontece agora, depois de ocorrerem duas mortes, com as quais, estão relacionadas suspeitas sobre o Bullying, já há muito denunciado, mas que, só quem sofria os seus efeitos, é que ansiava por uma solução rápida.
Já há muito tempo que se sabia que não se estava a falar de casos pontuais, eu pelo menos sabia. Desde que me filiei no CDS/PP, e já lá vai mais de uma década, que este tem sido dos temas que nos tem preocupado e que tem levado o CDS/PP a levantar questões e a apresentarmos propostas embora, infelizmente, nunca ouvidas com a seriedade que se impunha.
Era mais fácil, e dava mais notoriedade pessoal e política, discutir-se outros problemas, mesmo que fossem fracturantes para a nossa sociedade, em vez de se ocupar o tempo, a discutir um problema que afecta todo o âmago da nossa existência, enquanto sociedade virada para o futuro do desenvolvimento da Nação Portuguesa.
Era preferível arranjar qualquer pretexto, para pôr a generalidade dos portugueses contra a classe profissional de professores.
Os agressores é que eram os coitadinhos, tanto aqueles que agrediam física como os que, verbalmente agrediam os colegas ou professores; Coitadinhos… era preciso dar-lhes apoio psicológico, mas o que se verificava, e desde há muito denunciado pelas associações de pais, é que esses jovens não apareciam e até nem queriam/desejavam esse apoio, inclusivamente, muitos pais até achavam mal esse apoio para os filhos deles, no entanto, os que eram afectados pelas atitudes desses jovens é que acabavam por precisar do apoio psicológico, mas claro, se usavam esse apoio, não faltava, da parte de alguns colegas, quem os diminuísse na sua condição de ser humano e, o mais grave, é que, não tendo a escola poderes e não sendo a autoridade dos professores reconhecida, dava o direito, com essa desculpa, a que a maioria dos responsáveis e intervenientes no universo escolar, não fizessem o necessário para inverter o que se estava adivinhando: O aumento da insegurança dentro e fora dos estabelecimentos do nosso parque escolar.
Mas… ALELUIA, parece que temos uma ministra que finalmente(?) vem ao encontro de algumas das propostas que o CDS/PP já vinha preconizando para a área da educação mas, às quais, o Ministério da tutela ao longo dos anos, vinha recusando dar ouvidos.
A culpa também recai sobre a grande maioria dos Srs. Deputados, na verdade, deviam ter sido mais insistentes, com o Governo, nesta matéria, (Mas como? Os filhos dos Srs. Deputados/as, na sua maioria, andam em escolas privadas, e muitos dos Srs. Deputados/as nem sequer filhos têm, por isso, não lhes parecia, ou ainda não lhes parece, urgente resolver este tipo de problemas) em vez de andarem entretidos com questões menores como casamentos, ou não, de gays, legalizar abortos, ou não, escutas para cá escutas para lá, cai governo ou não cai, tudo isto, não consigo pensar de outra maneira, para nos desviar dos problemas estruturais e reais do nosso País.
Veio a crise e, também essa, desviou a atenção para um outro problema sério, o desemprego, para o qual, passado este tempo todo, desde que a crise foi declarada oficial, não vejo a luz ao fundo do túnel para breve, embora, já tenha tido a ocasião de dizer que, com alguma sorte, consigamos começar a recuperar lá para meados de 2011 ou princípios de 2012, mas não com este PEC (Plano de Estabilidade Económica).
Até lá, podemos, pelo menos, tratar das nossas escolas e isso, não quer dizer fazer edifícios por fazer edifícios, porque, até nessa matéria, já foram detectadas obras, projectadas, construídas e fiscalizadas, por aquilo que se poderiam chamar de profissionais incompetentes.
Não estando na posse de todos os elementos para ter certezas da incompetência, ou não, e se sim, de quem afinal é essa incompetência, só se pode generalizar dizendo que os novos edifícios do nosso parque escolar, pelo menos no que concerne ao Concelho de Odivelas, não estão a ser devidamente projectados, executados e fiscalizados.
Vamos pôr mãos á obra e denunciar estas irregularidades porque, mais uma vez eu digo:
O que está em causa é o futuro dos nossos filhos e das gerações vindouras.

Armindo Cardoso
Presidente da C.P.C. do
CDS/PP de Odivelas