quinta-feira, 22 de março de 2012

A propósito de mais esta greve geral

E com uma dívida colossal para pagar, com decisões importantes que têm que ser tomadas urgentemente que nos afectam todos os dias e que nos vão afectar nos próximos anos, por culpa das várias governações de "meninos/as" (para não os chamar de outras coisas piores) que tivemos nas últimas décadas, e sem contar com a cambada de palermas que se sentam no Parlamento, pretensamente ao serviço do povo e do País, mas que não passam de perfeitos verbos de encher e lambe-botas, que há anos andam a comer e a viver que nem lordes à nossa conta e que só perdem tempo em discussões inúteis, sendo eles também culpados desta situação actual, por estarem mais preocupados com as mais valias partidárias que sejam possíveis retirar das suas acções parlamentares, do que com o resto  (felizmente não são todos), como dizia, com tudo isto, preferimos andar entretidos com greves e com a discussão de números de adesões. Está bonito, está. Assim será difícil, para não dizer impossível, sair desta crise e do perigo da banca rota. Parece que se esquecem, ou até nem sabem, que foi numa situação idêntica que, para sairmos de uma iminente banca rota, foi levado a cabo um golpe de Estado a 28 de Maio de 1926 e que mais tarde levou o professor universitário António Salazar a ser Ministro das Finanças e, de seguida, a Presidente do Conselho de Ministros. Foi, há época, a única forma de levantarmos a cabeça. Infelizmente, mostrado que não sabemos viver em Democracia e que essa mesma Democracia, mais uma vez, nos leva a um pedido de ajuda externa e a novo perigo iminente de banca rota, creio ter que pensar que é isso que estamos precisando. Uma ditadura novamente. Embora eu preferisse antes, um Estado Autoritário, que pudesse tomar decisões sem se ter que perder tanto tempo em discussões inúteis no palco do teatro parlamentar, talvez mesmo, dentro do regime Republicano, uma República mais presidencialista, em que o presidente tivesse mais poderes interventivos e executivos. Na hora de eleições o povo escolheria ou não, novo dirigente e líder governamental. Agora, nesta balbúrdia, em que todos querem mandar, em que as minorias se acham com mais direitos que a maioria, em que se discute e discute, mas nada se decide e, quando se decide, se "torpedeiam" as decisões com este tipo de greves, ou outro tipo de manifestações de desagrado com os mesmo efeitos destruidores da nossa economia já por si bastante debilitada, ainda que estas estejam previstas nos nossos direitos e liberdades, acho que já deu para vêr que não vamos a lado nenhum. Ou será que está assim tão difícil de vêr? Em apenas 36 anos, financeiramente recuamos aos anos do golpe de Estado de 1926, em educação estamos bem pior que no tempo dos meus pais, em matéria de segurança, deixámos de ser um país seguro, como sociedade estamos perdendo todos os valores fundamentais que sustentam a própria sociedade em que nos inserimos, o respeito pelo nosso semelhante vê-se como anda no dia-a-dia e até, o que se passa nos estádios de futebol, são um belo exemplo do que falo, o fosso entre pobres e ricos tornou-se maior, com um agravamento de vida para toda a classe média, suporte inequívoco da nossa capacidade "motora" como País no seu conjunto. Ou seja, evoluímos na tecnologia e na ciência mas, no restante, regredimos. Há dúvidas? Para mim não há. Para mim está fácil de vêr em que é que este País e esta sociedade se estão tornando, mas nada posso fazer a não ser escrever ou falar, e continuar a sentir-me desagradado por pensar que me estão a tomar por parvo. Não vou entrar em paranóia extremista e fazer o que qualquer desses indivíduos faz, por exemplo como este de Bordéus e o outro na Dinamarca há algum tempo atrás, ou até incitar á violência, como também já vai sendo hábito vêrmos, e que só demonstra a demência que está a afectar muita gente. Mas que, por vezes, perante certas injustiças e a nossa impossibilidade de alterar as situações, é a vontade que dá, lá isso é.

Armindo Cardoso

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