domingo, 2 de setembro de 2012




A propósito da privatização 
ou da concessão da RTP 
ou de outra empresa qualquer 
do Estado.





Como disse há pouco tempo a Ministra da Justiça, e eu estou de acordo, ainda está por provar que o sector privado administra e gere melhor que o sector público. O que acontece, e digo eu, é que no sector privado, ainda que com algumas limitações, se somos confrontados com um incompetente nas nossas empresas, despedimo-lo, enquanto que, no Estado, ao longo dos anos foram ficando, e onde o despedimento, acaba sempre por ser um grande entrave. Sem contar que, na generalidade, nesse mesmo Estado dos dias de hoje, ainda há a filosofia de que as coisas não são para se fazer, são para se ir fazendo. E eu sei do que falo porque, por alguns meses, fui funcionário do Estado, tendo-me despedido por não querer pactuar com essa filosofia, mas muitos dos que nessa altura eram funcionários do Estado, ainda o são, portanto.... Agora o que me parece é que, como em muitas coisas, ainda andamos num processo do 8 ou 80, embora se saiba que no meio é que está a virtude. Quer dizer, depois do 25 de Abril, roubou-se tudo e todos com as nacionalizações indiscriminadas, promovidas pelos camaradas comunistas, invejosos daquilo que era dos outros, à laia do que foi feito em certos países africanos, relativamente com os colonos brancos e com aquilo que era deles, ou ainda à semelhança do que foi feito na Revolução Francesa, uns séculos antes, ou ainda na Revolução dos sovietes de 1917, acabando por se ter destruído o tecido industrial, e não só, do País, ao longo dos anos, e foi o 80. Agora estamos no 8, quer dizer, nada do Estado, tudo privatizado, ainda que tenhamos andado a investir durante anos numa determinada empresa, ainda que uma empresa possa ser rentável, se bem gerida, ou até seja mesmo rentável, o que interessa é privatizar tudo. O que me dá a ideia é que se andou anos e a anos a deixarem-se mal gerir certas empresas, colocando nas administrações delas as pessoas indicadas para que os resultados fossem esses mesmos, prejuízos atrás de prejuízos, ainda que com ordenados fabulosos, para que, com os anos, a sociedade, todos nós, ou pelo menos a maioria, pudesse acabar por estar favorável à concretização de uma política ideológica que se centra na privatização de tudo a todo o custo, da mesma forma que a opinião popular foi orientada, por lavagem cerebral ideológica, para o roubo efectuado pelas nacionalizações de tudo e de mais alguma coisa, pós 25 de Abril. Portanto, na minha opinião, o problema não é se devemos ou não privatizar ou concessionar a RTP, mas sim se o Estado deve ou não ter mão em sectores que poderão ser considerados estratégicos para o País, como a electricidade, os combustíveis, as comunicações e, porque não, a informação. Todas estas coisas nas mãos de privados e apenas de privados, e ainda por cima estrangeiros, não me dá tranquilidade nenhuma, enquanto português nascido neste território à beira mar plantado. Poderá já não constituir problema nenhum para outros que, provavelmente, ainda que nascidos portugueses, não estejam preocupados com a Nação e com o País, ou que estejam vendidos a outros interesses que não os de Portugal e os do seu povo.

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