quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012



O AVISO DO GOVERNO


O Governo, segundo li no post da revista visão na minha página de facebook, veio a público avisar que, para o ano, não haverá tolerância de ponto no Carnaval. Não vejo problema no facto de não haver tolerância de ponto para o ano. Já não foi muito inteligente fazê-lo este ano, a poucos dias do começo desta antiquíssima celebração festiva. Ao Sábado e Domingo, são sempre dias que se podem aproveitar para festividades do género. O que não se pode fazer é, de um dia para o outro, por decreto, mudar os hábitos de gerações. Além de provocar desagrados desnecessários, pode provocar revoltas e ódios contra o poder instituído, ainda mais em alturas em que são pedidos sacrifícios, para se pagarem asneiras, das quais o povo pouca ou nenhuma culpa tem. Por outro lado, fala-se em até acabar com o Carnaval e o seu dia feriado, tendo como desculpa a necessidade de aumentarmos a produção, de trabalharmos mais. Mas pergunto eu, então no Carnaval e para o dia do Carnaval, não se trabalha e muito? E todo o movimento que é feito por causa disso?  Atrai turismo, aumenta o movimento na restauração, fazem-se os fatos, os carros alegóricos para os desfiles, etc., tudo isso cria trabalho e movimenta dinheiro. Atenção que eu até nem gosto muito do Carnaval, mas uma coisa é não se gostar, e outra coisa bem diferente é arranjar pretextos sem nexo, para ter razão em querer acabar com o Carnaval. Quando os nossos governantes estão tão alheados do povo como os que nós temos tido nos últimos anos, quando eles nem nunca souberam o que é viver as dificuldades da população que querem governar, só pode sair asneiradas. Tudo muito técnico e burocrata, mas de uma frieza insensata e, ainda assim, de tanta técnica aprendida nos livros e burocracia instituída há anos, acabam por se esquecer da realidade que nos é transmitida pela experiência que, óbviamente, quase todos eles não têm. Por isso, muitas vezes, estes sacrifícios pedidos não são bem aceites pelos povos. Os exemplos que nos dão são algo do género: "faz o que eu digo e não o que eu faço". E isso não é muito inteligente. O exemplo tem que vir de cima e não ao contrário, e o que nós mais vemos é que, de exemplos vindos de cima, foram, são, e lamento ter que o dizer, continuam a ser, de péssima qualidade.


Armindo Cardoso

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