EDUCAÇÃO
A educação é a base do futuro de um povo.
Um povo bem-educado e esclarecido é um povo com futuro, é um povo com melhores possibilidades de encontrar as respostas adequadas aos desafios com que no futuro nos vamos encontrar.
Com uma boa formação educacional de base, a partir das escolas primárias, a par de uma melhoria da aplicação efectiva da disciplina dentro das escolas, ao mesmo tempo que se organiza melhor os tempos livres dos jovens, com actividades de diversa índole, nomeadamente actividades físicas e melhores condições para a prática, tanto do ensino, como dessas actividades extra-curriculares, iríamos com toda a certeza ter um decréscimo do abandono escolar que, por sua vez, iria proporcionar uma maior qualidade de candidatos às universidades e que assim, poderia contribuir para uma classe político/profissional mais esclarecida e mais bem preparada.
A par disso, também tiraríamos dividendos de um melhor relacionamento entre cidadãos que não este que se verifica actualmente, jovens que não respeitam os mais velhos, condutores que não respeitam os peões e os outros condutores, vizinhos que se agridem verbalmente e não só, qualquer discussão serve logo para se entrar em agressões físicas e verbais com ofensas graves, adeptos de futebol que, em vez de irem ao futebol para passarem um bom bocado, vão apenas para serem inconvenientes nas expressões que usam e, se der para isso, para uma boa confusão de pancadaria, etc., etc..
Infelizmente vejo pouco investimento na nossa educação, há trinta e dois anos que está a piorar, cada vez há mais abandono escolar, os alunos chegam às universidades com notas cada vez piores e pior ainda que as notas, com uma falta de conhecimentos que até assusta.
Os professores não são estimulados para uma boa prestação da sua função profissional.
Qualquer pessoa que tenha um curso e não tenha emprego na sua área vai para professor, mesmo que não tenha vocação para isso.
Os professores cada vez mais sentem-se intimidados pelo medo que certos alunos criam nas escolas.
As aulas são destabilizadas, às vezes, por apenas um ou dois alunos que, pelo seu comportamento, tiram o rendimento á classe em geral, mas mesmo assim, os professores estão limitados, assim como os concelhos escolares, nas acções punitivas a aplicar em situações semelhantes, enfim, há todo um conjunto de situações urgentíssimas que há que resolver antes que seja tarde e tenhamos professores ou alunos assassinados dentro das escolas pelos próprios alunos delas.
Já aconteceu noutros países, será que é à espera disso que nós estamos para se poder vir á televisão e dizer que chegou a hora para se fazer alguma coisa?
Nessa altura não faltarão políticos de ocasião que saiam cá para fora a clamar por mais segurança nas escolas e ficarem do lado dos professores e dos alunos vitimados.
Não esqueçamos que foi por se ter começado com um desleixo exagerado da educação, da segurança nas escolas em particular e na sociedade em geral, que trinta e dois anos depois demos lugar a uma geração de pais que não estão sabendo como educar e muitas vezes nem se preocupam com a educação dos seus filhos, pelo que, está originando uma sociedade, da qual não me orgulho de fazer parte, e que tem todos os problemas inerentes e consequentes dessa irresponsabilidade governativa de todos estes anos, tais como: criminalidade juvenil, abandono escolar, uma geração egoísta virada para uma sociedade de exagerado consumo sem que, para isso, tenha possibilidades, endividando-se frequentemente (com maus alunos a matemática que não sabem fazer contas…), sem valores familiares, condutores desenfreados e suicidas que se desgraçam a eles e aos outros que não têm culpa das suas irresponsabilidades (com escolas de condução que o que pretendem é facturar cada vez mais, entregando a carta de condução a qualquer um… ), são tudo questões que também passam por uma boa formação educativa a começar logo nas primárias.
Muito mais se pode dizer que é culpa de uma má educação.
Lembro-me, já lá vão uns anos, de um político que chegou a formar governo, a sua paixão era a educação, pois bem, ele falou música para os meus ouvidos, a educação devia ser, de facto, a paixão de todos nós, mas, infelizmente, como tudo o que se devia fazer, não passou de intenções e, por isso mesmo, continuamos a remar contra a maré.
Podiam-se tirar exemplos que estão a correr bem noutros países como, por exemplo, na Coreia do Sul, um país que ficou devastado pela guerra entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul nos anos 50, conseguiu, com uma aposta forte na educação, criar uma geração actual forte em conhecimentos, preparada para enfrentar o difícil futuro que se avizinha e conseguiu uma industria que exporta para quase todo o mundo, criando riqueza e emprego para os seus cidadãos.
Este seria um exemplo a estudar, mas há outros, o importante é que se tenha vontade política de aplicar devidamente o pouco dinheiro de que dispomos e que ainda por cima vem de “esmolas” a título de subsídios dos nossos parceiros da Europa que, por sua vez, são provenientes dos contribuintes desses estados e, por essa razão, deveríamos ter vergonha de cada vez que mal gastamos esse dinheiro, sem de facto, criar as condições bases para um futuro mais risonho, do que aquele que actualmente temos.
Quando era miúdo, lembro-me do meu pai culpar o Salazar pelos males que o país atravessava, bom, o Salazar já não está cá desde 68, o Marcelo Caetano, visto como um seguidor das políticas Salazaristas já não está cá desde 74, e agora de quem é a culpa?
Dantes ainda podíamos culpar alguém que, apesar de todos os defeitos se sabe que não roubou o Estado enriquecendo às custas do mesmo, mas… e agora, a quem culpar? Todos se enchem e ninguém assume as culpas.
A culpa neste momento é difícil de identificar, ela é como a fama do “Constantino”, já vem de longe.
Mas não basta deitar as culpas ao aumento do petróleo e á guerra do Iraque, não basta dizer que somos muito pequenos e que apenas podemos ir a reboque da instabilidade internacional.
Muita coisa pode ser feita apesar do erário público não estar em boa forma, e uma das coisas, é começar por cortar nas despesas para se poder investir naquilo que, de facto, é essencial.
Por último, deve-se educar também muitos dos pais, para que respeitem eles próprios as regras das escolas e não dêem maus exemplos aos seus filhos quando, por qualquer razão, desautorizam os professores e, algumas vezes, até ameaçam os mesmos, quando estes têm que chamar os seus filhos á atenção ou castigar, devido a maus comportamentos com os seus colegas, ou até, com os próprios professores.
Este é, também, um assunto que merece a atenção urgente, pois o exemplo que transmitem aos filhos, ainda pequenos, é o da impunidade, e de que, os meninos coitadinhos, podem fazer o que quiserem, que os papás não deixam que sejam castigados, pois castigos, só eles, como pais, é que dão e, depois, muitas vezes nem os sabem dar ou nem sequer os dão, ficando, não raras vezes, os comportamentos menos próprios, dessas crianças, completamente impunes.
Por mim, os pais que quisessem que os seus filhos estivessem numa determinada escola, teriam que se sujeitar, tanto eles como os seus filhos, às regras emanadas pelo concelho disciplinar dessa mesma escola.
Não é a DREL que, dos seus gabinetes em Lisboa, vai conseguir emanar regras para todas as escolas porque, depende da direcção que a escola tiver, depende da zona onde essa escola está inserida e, só quem lá trabalha, é que sabe como gerir as diferentes situações que se apresentam no dia-a-dia, por último, cabe também uma palavra às associações de pais e, não é disparatado dizer, que também às autarquias.
Como atrás referi, a paixão pela educação devia ser de todos e envolver todos.
Armindo CardosoCDS/PP de Odivelas
Armindo CardosoCDS/PP de Odivelas
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